quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Boas Festas


TODOS NÓS DESEJAMOS BOAS FESTAS E UM ANO NOVO CHEIO DE GRANDES ACTIVIDADES EM PROL DA DEFESA DA NOSSA FLORESTA

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Beriev Be-200

Vejam a agressividade da frente antes de alcançar a cumeada

Piro-Cúmulus II

Piro-Cúmulus

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

VALENÇA | Um Presépio de Natal

O Natal já chegou a Valença.... com um presépio muito florestal!


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Video Reportagem do Simulacro de Incêndio Florestal no Alto Minho em Abril de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Para que não se esqueçam 2

Para que não se esqueçam 1

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Caminha | Mais 4000 árvores plantadas

Na Semana Nacional da Reflorestação foram plantadas em Caminha mais 4000 ávores!

Em duas plantações, realizadas na Mata Nacional da Gelfa e no Baldio de Azevedo, foi possivel juntar população, estabelecimentos de ensino, empresas privadas e entidades públicas numa só causa.

O resultado? Recuperaçação de áreas degradadas e mais 4000 árvores plantadas! Mais uma vez a população está de parabéns!


SMPC/GTF Caminha

Amélia Freitas

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CAMINHA | DIA 27 DE NOVEMBRO EM AZEVEDO!!!


CAMINHA | Plantação de 3000 árvores em Azevedo

No âmbito das comemorações do Dia da Floresta Autóctone, que se celebra a 23 de Novembro, a Câmara Municipal de Caminha vai assinalar o dia com uma plantação no Baldio de Azevedo, no próximo sábado, dia 27 de Novembro.

A plantação começa às 9 horas, e prolonga-se durante todo o dia, estendendo-se pela noite, com oferta de almoço volante e jantar acompanhado de animação. No Baldio de Azevedo irão ser plantadas cerca de 3 mil espécies de folhosas autóctones numa área de cerca de 5ha.

É de salientar que o Baldio de Azevedo foi escolhido, pelo facto de ter sido uma das áreas afectadas nos incêndios florestais de 2005 e ter sido um dos locais onde o Grupo de Análise e Uso do Fogo realizou acções de fogo controlado.

Esta acção é organizada pela Câmara Municipal de Caminha e pelo Conselho Directivo de Baldios de Azevedo, e conta com a colaboração da Autoridade Florestal Nacional.

Estas comemorações associam-se ao Movimento Plantar Portugal, ao qual o Município de Caminha aderiu, e que na semana de 23 a 28 de Novembro está a promover o projecto Semana da Reflorestação Nacional.
Ponto de encontro: Junta de Freguesia de Azevedo até às 9.00h

SMPC/GTF
Amélia Freitas

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CAMINHA | Prevenção Contra Incêndios Florestais (Porto Canal)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CAMINHA | Comemoração do Dia da Floresta Autoctone

ALTO MINHO - Época de incêndios de 2011 prepara-se com reforço de meios e pela prevenção


O distrito de Viana do Castelo vai ter, em 2011, um reforço de meios de combate aos incêndios florestais. Três novas viaturas serão entregues em breve às corporações de Valença, Monção e Ponte de Lima e, paralelamente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte vai abrir candidaturas para a aquisição de outras viaturas. por outro lado, e para fazer face ao período crítico, o Alto Minho vai dispôr de um helicóptero permanente durante a fase Charlie.


Estas são as principais conclusões retiradas da reunião, desta segunda-feira, entre os vários agentes da Protecção Civil do distrito, com o Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, e o seu homólogo da Pasta do Ambiente, Humberto Rosa.

Os números oficiais da época de incêndios 2010 no Alto Minho dão conta de 2.482 fogos, que resultaram num total de 24.700 hectares de área ardida. O Governandor Civil de Viana do Castelo diz que, além do reforço de meios, a "tónica tem de estar na prevenção".

Pita Guerreiro sublinha a importância de queimadas e as acções de fogos-gestão. Mais meios e mais prevenção, é desta forma que o Alto Minho vai fazer face à época de incêndios do próximo ano.
Depois destas reuniões de trabalho para proceder à avaliação das causas e consequências do elevado número de ignições registados pelos dez concelhos do distrito, e da apresentação de algumas soluções "imediatas", o Governador Civil de Viana do Castelo diz que o próximo passo é marcar um encontro com o secretário de Estado das Florestas para analisar a gestão florestal.

2010-11-16 08:40:31 - Por Rádio Vale do Minho

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Acção de Formação: “Edificação em Espaço Rural”


Esta iniciativa, organizada pelo Governo Civil de Viana do Castelo para o dia 22 de Novembro, pretende vir a contribuir para o esclarecimento das questões que se prendem com a aplicação do Artigo 16º do Decreto-Lei n.º 17/2009, de 14 de Janeiro, o qual altera o Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, cujo objectivo é a protecção do edificado face aos incêndios florestais.

As Inscrições deverão efectuar-se até ao dia 18 de Novembro, junto do Governo Civil de Viana do Castelo, através do seguinte contacto:

Dulce Mota (Eng.ª Florestal)
Elo Técnico da Comissão Distrital de Defesa da Floresta

E-mail: pddfciviana@gmail.com

Tel: 258 809 087 * Fax: 258 809 088

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Câmara de Caminha vai comemorar Dia da Floresta Autóctone



A Câmara Municipal de Caminha vai assinalar o Dia da Floresta Autóctone, que se comemora a 23 de Novembro, com 2 plantações no concelho. No dia 23 de Novembro, a plantação decorre na Mata Nacional da Gelfa e, no dia 27 de Novembro, no Baldio de Azevedo.
Estas comemorações associam-se ao Movimento Plantar Portugal, ao qual o Município de Caminha aderiu, e que na semana de 23 a 28 de Novembro está a promover o projecto Semana da Reflorestação Nacional.

Comemorar o Dia da Floresta Autóctone não é uma iniciativa nova no concelho de Caminha, já que a Câmara costuma assinalar sempre esse dia com acções de rearborização em áreas degradadas e afectadas pelos incêndios florestais, sempre com o objectivo de recuperar e valorizar a maior riqueza do concelho - a floresta. Recorde-se que este ano os incêndios florestais devastaram 1.645 hectares de floresta do concelho de Caminha.

Na Mata Nacional da Gelfa

Na acção de 23 de Novembro, que terá lugar na Mata Nacional da Gelfa, da parte da manhã, vão ser plantadas cerca de mil árvores de várias espécies de folhosas autóctones. A Mata da Gelfa foi um dos locais escolhidos, por se encontrar degradado e a necessitar de reabilitação urgente. Pretende-se que esta acção sirva de ponto de partida para a efectiva reflorestação daquela Mata, considerada património natural do concelho.
Nesta acção de reflorestação vão participar os alunos dos estabelecimentos de ensino do concelho e os funcionários da LacoÂncora.
Trata-se de uma parceria da Câmara Municipal de Caminha e da empresa LacoÂncora, que conta com a colaboração da Junta de Freguesia de Âncora e do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade.


Plantação no Baldio de Azevedo


No dia 27 de Novembro, a plantação decorrerá no Baldio de Azevedo, onde irão ser plantadas várias espécies de folhosas autóctones, numa área de cerca de 5ha. Aqui, a plantação é aberta à população e o programa dura o dia inteiro, estendendo-se pela noite, com oferta de almoço volante e jantar acompanhado de animação.
O Baldio de Azevedo foi outro dos locais escolhidos, pelo facto de ter sido uma das áreas afectadas nos incêndios florestais de 2005 e ter sido um dos locais onde se realizaram as acções de fogo controlado.
Os interessados em contribuir para a conservação da natureza devem realizar a inscrição através do telefone 258 710 300 ou do e-mail gtf@cm-caminha.pt .
Esta acção é organizada pela Câmara Municipal de Caminha e pelo Conselho Directivo de Baldios de Azevedo, e conta com a colaboração da Autoridade Florestal Nacional.


A Câmara Municipal de Caminha apela aos Caminhenses para se juntaram ao Movimento Plantar Portugal, neste caso concreto ao "Movimento Plantar Caminha".

Amélia Freitas
SMPC/GTF Caminha

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FOGO CONTROLADO - ARTIGO DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS

Portugal quer arrancar com fogo controlado até Maio

por BRUNO ABREU, 31 Outubro 2010, Diário de Notícias


O Governo quer usar a técnica de fogo controlado até ao início da próxima época de incêndios, admitiu ao DN a Autoridade Florestal Nacional e o ICNB. O método permite a limpeza de áreas florestais e a diminuição do risco de fogos


Em 1836, o alemão Frederico Varnhagen, na altura 1.º administrador geral das Matas do Reino, deixou a sugestão que se usasse a técnica do fogo controlado para diminuir o risco de incêndio em povoamentos de pinheiro--bravo, como o Pinhal de Leiria. Passados 174 anos, as suas sugestões foram ouvidas e, segundo as autoridades florestais, até à próxima época de incêndios o fogo controlado será finalmente usado de forma alargada a todo o País.

O fogo controlado, como o próprio nome indica, consiste na deflagração de incêndios por técnicos, de forma segura, para se proceder à renovação da flora local e limpeza de pastos e matas. "O fogo controlado é uma técnica que tem vindo a ser usada em Portugal desde 2005 e permite a gestão dos combustíveis e da paisagem nas florestas", explicou ao DN Miguel Galante, adjunto do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.

O uso da técnica está disseminado pelo mundo, e a África do Sul é um exemplo, com o fogo controlado a ser usado há cerca de 50 anos. Navashni Gavender, especialista em gestão de fogo do Kruger Park (ver caixa), esteve em Portugal e explicou como é aplicada a técnica: " Primeiro fazemos uma pesquisa e analisamos o terreno. Desta forma sabemos que tipo de fogo é que o ecossistema precisa, quando e como podemos fazê-lo. Depois o fogo é posto de forma simples: um guarda do parque vai até certo local, ateia o fogo e vai-se embora", diz a sul-africana.

Tudo isto é feito de forma segura, pois a monitorização permitiu saber que a determinada distância existem barreiras para o fogo, como rios ou estradas. Os técnicos do parque estudam também as condições meteorológicas e para que lado vai soprar o vento, para dirigirem o fogo para determinado local.

"Já em 2006 trouxemos alguns peritos dos EUA para dar formação a um grupo de técnicos da Associação Florestal Nacional, Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade e organizações de produtores florestais", diz Miguel Galante.

A savana não é a floresta portuguesa, mas para a Navashni Govender - aliás, uma especialista que vai trabalhar também no fogo controlado em Portugal - o facto de termos uma floresta mais densa não prejudica esta técnica. "Na África do Sul, além da savana, também se faz fogo controlado em plantações comerciais, com árvores altas e mato denso. Uma das coisas mais importantes é a altura do ano em que se faz este tipo de fogo. É mais importante do que a densidade da floresta. Todo o processo é semelhante para se reduzir a matéria combustível", diz.

O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) quer começar, desde já, a aplicar o fogo controlado para diminuir os fogos na rede de áreas protegidas (ver infografia). "Consideramos esta uma técnica importante e queremos investir nela. Está previsto um investimento, mas depende das empresas associadas. Queremos começar já este Inverno", disse o presidente Tito Rosa.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Floresta em debate em Caminha

A Câmara Municipal de Caminha, através do Gabinete Técnico Florestal, e a Associação de Produtores Florestais do Vale do Minho, promoveram sessões reflexivas e práticas sobre os problemas da Floresta Concelhia, dirigidas aos representantes de todas as Juntas de Freguesia do Concelho, Assembleias de Freguesia, Conselhos Directivos de Baldios e Assembleias de Compartes.

Os incêndios florestais, foram, mais uma vez, um problema durante o ano de 2010 e nessa óptica, estas sessões visaram, por um lado, recolher contributos e opiniões dos interessados, e, por outro, envolver as pessoas, nomeadamente os maiores gestores florestais, no sentido de se tentar encontrar respostas ou um caminho diferente daquele que se tem seguido até agora e que altere, efectivamente, a realidade florestal.

Assim, estas sessões tiveram como objectivo ouvir os representantes acima referenciados acerca de três questões essenciais, designadamente "Quais os problemas da floresta concelhia?", "Quais as soluções para resolução desses problemas?" e "Qual o futuro que queremos para a floresta concelhia?", por forma a se obter uma visão estratégica do futuro da floresta, através do diagnóstico que cada uma das pessoas implicadas faz da floresta concelhia.

Foram criados 3 grupos de freguesias e as sessões decorreram nos dias 19, 21 e 26 de Outubro. Os resultados das sessões vão ser analisados e reportados em relatório que será apresentado no mês de Março, aquando da comemoração do Dia Mundial da Floresta.

Amélia Freitas
SMPC/GTF Caminha

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Intenções de 2008 para a Floresta Portuguesa - VALE A PENA LEMBRAR

Medida apresentada segundo o Plano Nacional de Prevenção Estrutural
O sector das florestas vai receber 188,75 milhões de euros nos próximos dois anos

Por Lusa
22.10.2008

O Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas vai investir nos próximos dois anos 188,75 milhões de euros no sector da floresta. A medida foi hoje apresentada segundo o Plano Nacional de Prevenção Estrutural (PNPE).

O montante vai ser investido na defesa da floresta através da criação de um dispositivo integrado. Vai haver o reforço de equipas que trabalham no terreno, como os GAUF (Grupo de Análise do Uso do Fogo), GeFoCo (Grupo de Especialistas de Fogo Controlado), os Sapadores Florestais e outros agentes, como as forças armadas.

Segundo o PNPE, no final do próximo biénio, 2009-2010, o dispositivo de defesa das florestas terá um total de 2180 elementos. O plano prevê também "reforçar o papel dos governos civis e dos municípios" com a criação de comissões distritais de defesa da floresta, os planos distritais integrados e o surgimento em todas as autarquias de planos municipais da floresta contra incêndios.

Estão destinados para as autarquias 7,8 milhões de euros para o ano, o montante vai aumentar gradualmente, chegando aos 8,3 milhões de euros em 2012.

Alargamento da área florestal protegida

No âmbito do programa vão ser ainda realizadas acções de sensibilização à população, que têm como público-alvo o universo dos portugueses, as escolas e públicos específicos como agricultores, proprietários e associações florestais.

O acordo de parceria com o movimento ECO (Empresas Contra os Fogos) será também reforçado.
O programa estabelece metas e pretende, até 2010, gerir 27 mil hectares de matas públicas, planear 500 mil hectares da área florestal e integrar 500 mil hectares de território em Zona de Intervenção Florestal (ZIF).

No âmbito da defesa dos territórios florestais vão ser geridos 25 mil novos hectares, dos quais três mil com fogo controlado, beneficiados 12 mil quilómetros de caminhos e valorizados 600 pontos de água.
No próximo ano deverão estar defendidos 600 mil hectares de espaços florestais, valor que subirá para 750 mil em 2010.

No final da apresentação, o ministro da Agricultura, Jaime Silva disse aos jornalistas que por agora só estão disponíveis os 188,75 milhões de euros. Mas, se existirem mais candidaturas, Portugal "negociará com Bruxelas para disponibilizar mais dinheiro".

"Na parte dos investimentos florestais já começamos a abrir concursos das candidaturas, nas quais está disponível determinada quantia, que será aumentada se tivermos maior aderência", afirmou.

No próximo biénio o Fundo Florestal Permanente vai ter um "novo impulso" ao ser apoiado com 31 milhões de euros. Segundo Jaime Silva, o investimento que vai ser feito nos próximos dois anos será fundamental para se dar "um salto qualitativo na gestão activa da floresta".

O Plano de Prevenção Estrutural da Floresta vai receber, até 2013/2015, um investimento público de 468 milhões de euros, sustentados no PRODER, Plano de Desenvolvimento Rural em execução.

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COMO É BOM RECORDAR OS VELHOS TEMPOS!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Floresta portuguesa ardeu mais do que em 2009

Alfredo Maia in Jornal de Noticias de 20/10/2010



A floresta portuguesa ardeu este ano, até ao dia 15 de Outubro, mais 54,5% do que no ano passado, embora o número de ocorrências tenha sido inferior em 12,8%, sendo o quarto em área ardida desde 2000, com 128.842 hectares (87% da média dos dez anos anteriores).


De acordo com o último relatório provisório de incêndios florestais da Autoridade Florestal Nacional (AFN), entre 30 de Setembro e 15 de Outubro, registaram-se 115 ocorrências, responsáveis por 1578 ha de área ardida, a maior parte da qual (1.463 ha) em matos. Numa quinzena, ardeu assim mais do que em todo o mês de Maio (1093 ha) e mais do dobro do que no de Junho (743 ha), apesar do desagravamento das condições meteorológicas do risco de incêndio.
Os dados coligidos de ocorrências entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro permitem concluir que arderam 128.842 ha, mais 45.468 (54,5%) do que no período homólogo do ano passado, sendo o quarto mais grave. O primeiro foi 2003, com 425.657 ha, seguindo-se o de 2005, com 337.766 ha, e o de 2000, com 159.134. Este retrato muda de gravidade para pior se tivermos em conta que, em número de ocorrências, 2010 foi o sétimo ano com maior número de registos (21.424).

Ainda de acordo com o relatório provisório da AFN, do total da área ardida, 43.549 ha (34%) correspondem a povoamentos (geralmente pinhais e eucaliptais), sendo o quinto ano mais severo para esta forma de ocupação do solo florestal. Aquele em que a área de povoamento ardida foi maior foi o de 2003, com 286.030 ha queimado.
Por distritos, verifica-se que o Porto continua a comandar o número de ocorrências (5879), mas que na maioria se referem a fogachos (área queimada inferior a um hectare), mas mesmo assim é o segundo do ranking dos registos nos incêndios, com 565. Viana do Castelo comanda a lista com 723 incêndios, embora esteja em quinto em número total de ocorrências (2073), mas é o segundo em área ardida (24.170 ha), pouco distanciado da Guarda.
Esse distrito regista não só a maior área ardida, com 24.284 ha, mas também um significativo poder destrutivo dos fogos, pois registou "apenas" 505 ocorrências, o que corresponde a uma média de 48 ha por deflagração. A Guarda foi, aliás, o distrito onde se registou a maior área de povoamentos ardida (8.169 ha), seguido de Vila Real (6469 ha), Viana do Castelo (6.364 ha) e, em quarto lugar, Viseu (5.283), embora a ordem de área total seja diferente. Viseu está em terceiro lugar, com 18.571 ha, mas foi ali que se registou o maior dos incêndios de todos: 5. 066 ha no município de S. Pedro do Sul.


De acordo com os dados da AFN, os 182 grandes incêndios (áreas superiores a 100 ha) foram responsáveis por 99.708 ha, ou seja, cerca de 77% de toda a área ardida. Os distritos no comando da lista são Viana do Castelo (40), seguido de Vila Real (25) e Viseu (22), onde ocorreram os três únicos grandes incêndios da última quinzena (concelho de Castro Daire).

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

II Jornadas Micológicas do Corno de Bico

As II Jornadas Micológicas do Corno de Bico, realizar-se-ão de 6 a 7 de Novembro de 2010, em Paredes de Coura, nesta segunda edição, subordinadas ao tema: "Os Cogumelos, Produção, Utilizações e Gastronomia".

Com a organização deste evento, que contará com a presença de especialistas, investigadores e produtores na área da Micologia, pretende-se genericamente promover os recursos turísticos, as paisagens e o património natural do concelho de Paredes de Coura e da Paisagem Protegida do Corno de Bico, bem como promover o potencial dos cogumelos, quer em termos gastronómicos, quer para outras utilizações e mostrar aos participantes a viabilidade do sector em termos produtivos nas mais variadas áreas que envolvem a micologia.

Serão propostas aos participantes actividades diversas como comunicações subordinadas ao tema das jornadas, percursos micológicos, oficinas de identificação e catalogação de espécies, exposição viva das espécies presentes na Paisagem Protegida do Corno de Bico, oficina de produção caseira de cogumelos e de gastronomia micológica. Estas II Jornadas culminarão com um almoço convívio de encerramento no qual os cogumelos serão reis à mesa.
Neste Certame será igualmente realizada uma oficina de Gastronomia Micológica, intitulada “Cardápio Micológico de Paredes de Coura”.
Esta actividade é dirigida exclusivamente aos restaurantes do concelho e tem como objectivo proporcionar aos participantes alguns conhecimentos ao nível da gastronomia micológica, entendida como factor de diferenciação, para que aqueles possam apresentar regularmente nos seus cardápios pratos confeccionados à base de cogumelos.
Com um vasto programa todos os interessados poderão participar em todas as actividades.

Para mais informações os interessados poderão consultar o portal do Município de Paredes de Coura, em www.cm-paredes-coura.pt.

Para o esclarecimento de dúvidas poderão contactar a organização do evento pelo e-mail: jornadasmicologicas@cm-paredes-coura.pt ou pelo telefone: 251 780 162.

Conferência sobre o Software Livre na Administração Pública

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Risco Meteorológico de Incêndio - Setembro 2010

O mês de Setembro apresentou, em termos de risco meteorológio de incêndio, um valor médio superior aos anos de 2006 e 2008 e inferior ao registado em 2009, quando comparado com o mesmo período homólogo. Em Setembro de 2010, o concelho onde ocorreram mais dias na classe mais alta foi o de Moimenta da Beira, no Distrito de Viseu, onde se verificaram 9 dias com risco médio no nível máximo.

Em termos de FWI, o valor registado em Setembro foi o 5º mais elevado, tendo ficado muito próximo do verificado em 2003.

2010-10-13, Instituto de Meteorologia

Curso de Formação/Credenciação em Fogo Controlado


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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Incêndios 2010 (Greenpeace)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Há áreas em Portugal que já arderam catorze vezes em três décadas

in Público 20.09.2010 - Por Ana Fernandes




Não são mais que imberbes rebentos. Arderam há três anos mas já estão a ser pasto de chamas novamente. São muitas as áreas no país que ardem e voltam a arder num curto período de tempo, o que indica que ali há dedo dos pastores. Daí que alguns critiquem a recente decisão do Governo de pagar a alimentação do gado que perdeu o seu pasto nos incêndios. "É um incentivo para que continuem as queimadas", afirmam. "Não vamos deixar morrer os animais", responde o ministério.



A relação entre a pastorícia e os incêndios em determinadas áreas - caso da regiões em volta de Castro Daire/Marco de Canaveses ou em redor de Mangualde/Gouveia, para dar alguns exemplos - fica clara quando se olha para a quantidade de vezes que uma mesma zona ardeu nas últimas três décadas. A equipa de José Miguel Cardoso Pereira, do Instituto Superior de Agronomia (ISA), fez este levantamento. E detectou inúmeros matos que insistem em pegar fogo amiúde, contra todas as probabilidades."A recorrência de fogo é tão grande em determinadas áreas que pode dizer-se que são seguramente zonas tradicionais de pastorícia", diz Cardoso Pereira. Com dados disponíveis para 34 anos - de 1975 a 2008 -, a equipa do ISA mapeou as áreas ardidas, constatando que há zonas que, neste período de tempo, já arderam 14 vezes.


"Efeitos muito perversos"


Em condições normais, segundo os estudos de Cardoso Pereira, uma área está pronta para arder ao fim de cinco anos depois de ter sido consumida pelas chamas. Ou seja, se uma mesma área registou incêndios mais de seis vezes nestes 34 anos, pode dizer-se que há uma enorme probabilidade de ali terem sido feitas queimadas para renovação das pastagens. Que muitas vezes se descontrolam.


O uso do fogo na renovação das pastagens é ancestral. É a forma mais barata de o fazer, tanto mais que muitas vezes é feito em áreas marginais, onde roçar o mato é difícil ou nem sequer compensa. Porém, as queimadas estão proibidas na época dos fogos. Mas continuam a ser feitas.Aliás, olhando para os relatórios dos incêndios deste ano, a GNR identifica claramente as queimadas como uma das causas mais frequentes dos fogos. A Polícia Judiciária tem também anunciado a detenção de pastores como alegados incendiários. Rui Almeida, responsável pela Directoria do Centro da PJ, adianta que, dos 36 detidos este ano, dois são pastores e sete indicaram ser agricultores.


Esta relação próxima entre a pastorícia e os incêndios leva muitos a considerar "um risco" a decisão do Ministério da Agricultura de final de Agosto de estabelecer uma ajuda de emergência à alimentação animal "com vista a compensar as perdas ocorridas nas áreas de pastoreio ardidas" nesta época de incêndios - que só termina no próximo dia 15 de Outubro. No caso das ovelhas e cabras, está previsto um valor de 40 euros por cabeça e, no caso do gado bovino, a ajuda sobe para os 100 euros por animal.


"A medida pode ter efeitos muito perversos", diz Carlos Aguiar, da Escola Superior Agrária de Bragança, especialista em pastagens. "Os pastos de Verão são de baixo valor alimentar, estão secos, o que em si agrava o risco de esta medida incentivar ainda mais o uso do fogo para a renovação das pastagens", acrescenta.


"Abre um precedente complicado, pois, se as pessoas perceberem que se arderem os pastos recebem apoios para a alimentação animal, serão incentivadas a continuar a fazê-lo", diz Henrique Pereira dos Santos, arquitecto paisagista. "É uma medida que incentiva as pessoas a gerir o território de forma absurda", acrescenta.


"Não apoiávamos os agricultores e deixávamos morrer os animais?" contrapõe o Ministério da Agricultura. "Era nossa missão ajudar, porque corríamos o risco de, daqui a um mês, se falar de uma grande mortandade".


"É uma medida justa, é preciso ajudar os agricultores que ficaram sem pastagens, mas tem de ser bem controlada para não beneficiar ninguém indevidamente", argumenta por seu lado Paulo Rogério, da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela. Se a acha perigosa? "Talvez pudesse vir a ser se não fosse só para este ano, mas como é uma medida que não vai ficar, decidida já depois dos incêndios, não me parece que seja vista como um incentivo", acrescenta.


Enquadrar a pastorícia


Com ou sem incentivos, o certo é que esta prática continua, com as consequências que se conhecem. Têm sido detidos alguns pastores mas a repressão também pode ser contraproducente, empurrando-os para a clandestinidade. Que se traduz num aumento das ignições na calada da noite.


"Tem de se investir no enquadramento técnico da pastorícia", defende Cardoso Pereira. Já hoje, os membros do Grupo de Análise e Uso do Fogo dão apoio a alguns pastores para fazerem queimadas em segurança. Mas são ainda uma minoria."Os pastores produzem riqueza e devem ser acarinhados. Muitas vezes o problema está em não terem acesso à terra, o que os obriga a fazerem pastoreio de percurso, renovando, através do fogo, as pastagens de que necessitam", diz Carlos Aguiar, lembrando a quantidade de terra que o país tem devoluta, sem que quem dela necessita lhe possa aceder. A criação de um banco de terras, tão exigida por muitos e várias vezes prometida, continua a não passar disso mesmo: uma promessa.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Distritos do Noroeste ardem mais que o resto do país

in Jornal Noticias 31/08/2010

Proporção de área ardida é muito maior no Porto, Braga e Viana do Castelo


Os distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo ardem mais vezes e registam uma maior proporção de área ardida do que o resto do país. Em 19 anos, ardeu o equivalente a quase um terço do território do Noroeste. No país, a proporção de área ardida equivale a um quinto.


O Noroeste de Portugal é a região onde ocorre o maior número de incêndios em Portugal. Analisados os números, verifica-se que é nos distritos do Porto, Braga e Viana do Castelo que se situam 43% das ocorrências registadas em Portugal Continental. Se a análise incidir sobre o total de área ardida, a realidade é um pouco menos sombria, mas ainda assim preocupante: 15% da área ardida entre 1990 e 2008 localizavam-se nestes três distritos.


Dados revelados num trabalho académico realizado por Flora Ferreira Leite, uma investigadora no Núcleo de Investigação em Geografia e Planeamento da Universidade do Minho (UM), que tem por base os dados da Autoridade Florestal Nacional ao longo de 19 anos.


Comparativamente, no Noroeste a área ardida durante aquele período foi a equivalente a 28,3% (quase um terço) do território, enquanto a média do país corresponde a 19,6% (cerca de um quinto).


Para além de haver mais incêndios e da proporção de área ardida ser maior, foi também nos três distritos do Noroeste que se verificaram os fogos mais intensos e destrutivos. Uma ínfima parte daqueles incêndios ocorridos nos três distritos foram responsáveis por metade da área ardida nos 19 anos estudados pela investigadora. "No Noroeste, há muitos incêndios, mas 99,7% deles são pequenas ocorrências. Os restantes 0,24% foram os responsáveis por 49,7% da área queimada", referiu a investigadora Flora Ferreira Leite.


Os grandes fogos, como o de Carralcova, em Arcos de Valdevez, consomem a floresta durante dez a doze dias. "Em Carralcova, em 1996, as chamas começaram a um domingo, dia 6 de Agosto, percorreram cinco freguesias, e só terminaram na quinta-feira seguinte, dia 17 de Agosto, porque choveu", salientou a especialista em fogos florestais.

Em Portugal, os fogos começam ao domingo e sobretudo no mês de Agosto. "Os meses de Julho (16,7%), Agosto (38,6%) e Setembro (21,6%) são aqueles em que se registam mais incêndios. Mas também há um pequeno pico de 6,11% no mês de Março, por causa das queimadas agrícolas que se transformam em fogos", refere Flora Ferreira Leite. Quanto aos dias da semana, 13% dos incêndios começam à sexta-feira, 15% ao sábado, atingindo o pico de 18% ao domingo.

"Há uma ausência de gestão florestal a que se junta o êxodo rural e algumas tradições, como as queimadas, para fertilizar o solo", explica a investigadora, adiantando que cerca de 90% dos fogos têm origem criminosa.

domingo, 5 de setembro de 2010

Chuvas torrenciais podem "matar" solos florestais

Por Alfredo Maia, Jornal de Notícias


Técnicos da Autoridade Florestal Nacional estão a fazer o levantamento das necessidades de medidas de emergência para a erosão causada pelos incêndios, mas muito solo pode perder-se com as chuvadas repentinas e intensas se não forem atacadas já.

“Tenho estado no terreno e verifico que já há medidas em desenvolvimento no imediato”, garantiu ao JN o director nacional de Defesa da Floresta da Autoridade Florestal Nacional (AFN), Paulo Mateus.

Em S. Pedro do Sul, onde três grandes incêndios consumiram 4500 hectares, “já estava a ser retirado o material lenhoso ardido e a deixar material nos declives para que não haja escorrimentos”, exemplificou.

No levantamento das necessidades, os técnicos das direcções distritais que têm informação sobre a grandeza dos fogos, o tipo de solo, o seu declive e outras variáveis, estão a elaborar relatórios sobre as situações mais críticas.

Limpeza e desobstrução de linhas de água, sementeira de plantas herbáceas de emergência (sem esperar pela sua regeneração natural) e aplicação de resíduos orgânicos (troncos e ramos de árvores), formando barreiras contra o arrastamento de solo pelas chuvas, são algumas medidas recomendadas.

Os relatórios deverão estar fechados até ao dia 30 de Outubro, sendo aberto um período de candidaturas ao financiamento integral pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), mas ainda é cedo para fazer um balanço. Os trabalhos ainda decorrem e ainda se prevêem mais incêndios.

Entretanto, muitos locais já foram atingidos por chuvas torrenciais – Seia e Chaves são dois exemplos – e já se perdeu muito solo, especialmente em zonas declivosas… “É uma contingência”, reconhece Paulo Mateus, considerando que o problema depende de várias condições e que “não vale a pena criar grande alarmismo, pois há sempre capacidade para recuperar”.

A capacidade de recuperação pode, porém, medir-se numa escala de tempo muito larga. Há situações em que o solo vai necessitar de mil ou dois mil anos para recuperar a sua fertilidade, pois foi arrastada pela água a sua camada vegetal e os nutrientes e o material fino, explica o agrónomo Eugénio Sequeira, especialista em erosão do Instituto Superior de Agronomia.

“Só com a primeira chuvada, pode perder-se 15 ou 30 toneladas de solo por hectare”, alerta.

O problema não é apenas físico, como pode parecer à primeira vista, pois os incêndios causam uma forma de erosão invisível, mas muito prejudicial – a erosão química: os nutrientes que estavam nas plantas e na folhada no solo e até no húmus, dependendo da intensidade e tipo de fogo, são dissolvidos e arrastados pela água.

E esta corre rapidamente pela vertente, se não houver plantas que a retenham. “E lá se vai a fertilidade!”, nota Eugénio Sequeira, lembrando que um pinhal com 40 anos pode precisar de mais de 60 para recuperar.

Jornal de Notícias, 05-09-2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Verdades & Mitos Sobre Incêndios Florestais - Jornal Público

Este ano ardeu mais, ou menos, do que a média da última década?


Até 15 de Agosto, segundo os dados da Autoridade Florestal Nacional, arderam 71.687 hectares, ou seja, menos 30.962 hectares que a média dos últimos dez anos no mesmo período. Esta média inclui anos trágicos como 2003 (425 mil hectares) e 2005 (338 mil hectares) - no conjunto perto de 14 por cento da área florestal nacional -, mas também anos benignos como 2007, com pouco mais de 17 mil hectares ardidos, o valor mais baixo desde que há registos. A área ardida deste ano é muito superior à dos últimos três anos. No ano passado, até 15 de Agosto tinham ardido 26 mil hectares, mais vinte mil hectares que em 2007. Em 2003, nesta altura as chamas já tinham destruído 372 mil hectares. Mariana Oliveira


As condições do clima este ano foram piores do que em anos anteriores?

O valor médio mensal do índice de risco de incêndio FWI para o mês de Julho foi ligeiramente inferior ao valor de 2005, estando acima dos valores dos últimos cinco anos e do valor médio considerado, refere o Instituto de Meteorologia (IM). Até meados de Agosto, o índice de severidade diário era superior ao de 2003 e apenas inferior ao de 2005 e 2006. O IM nota que, entre 1 a 12 de Agosto, o território continental registou uma média da temperatura máxima do ar de 33,9ºC, o que significa uma anomalia de mais 5,1ºC em relação ao valor normal de 1971-2000 (28,8ºC) para este mês. "Estas condições traduziram-se num aumento significativo do risco meteorológico de incêndio e, consecutivamente, do índice de severidade diário, resultando em maiores dificuldades no controlo e supressão dos incêndios florestais", lê-se no último relatório da Autoridade Florestal Nacional. Em termos do clima, Julho foi um mês seco e muito quente, registando o maior valor da temperatura máxima do ar, 31,7ºC, desde 1931. Neste mês ocorreram duas ondas de calor e, em relação à precipitação, Julho foi o mais seco dos últimos 24 anos. M.O.


Como se pode explicar o elevado número de incêndios registados por dia em Agosto?

O número de ignições registadas em Portugal é um dado que ainda hoje intriga os especialistas, que alertam para a necessidade de se estudar melhor este fenómeno. É que Portugal sozinho regista mais ocorrências do que a Espanha, um país com uma área cinco vezes superior. E mais do que qualquer país do Sul da Europa, com quem partilha o mesmo tipo de clima. Até 15 de Agosto tinham sido registados 14.661 fogos, a maioria dos quais com uma área ardida inferior a um hectare (12.212). Em 2006, por exemplo, Portugal contabilizou perto de 22 mil ocorrências, enquanto a Espanha registou pouco mais de 16 mil. A França teve 1871 ocorrências, a Itália 5471 e a Grécia 8874. Mas mais grave do que o número de ocorrências é a sua concentração, já que o dispositivo de combate só está preparado para responder a um máximo de 250 ignições/dia. Contudo, a 8 de Agosto registaram-se 501, sendo a média dos primeiros quinze dias do mês 324 fogos/dia. E a grande maioria acontece em cinco distritos: Porto (4125), Aveiro (2147), Braga (1703), Viana do Castelo (1552) e Viseu (1264). M.O.


O dispositivo de combate tem sido eficaz?

O dispositivo de combate aos incêndios florestais foi reforçado depois dos anos trágicos de 2003 e 2005. O Estado adquiriu dez helicópteros, em grande parte devido aos fogos, e há mais meios aéreos a operar no Verão, tendo sido adoptada uma nova estratégia de os utilizar, que privilegia a primeira intervenção. Introduziu-se a filosofia do comando único e criou-se a Força Especial de Bombeiros com mais de 250 elementos e o Grupo de Intervenção, Protecção e Socorro da GNR, com mais de 600 militares, ambos numa lógica de profissionalização do combate. Trouxe-se conhecimento para o dispositivo, com a criação do Grupo de Análise e Uso do Fogo. Os especialistas concordam que o dispositivo de combate está mais eficaz, mas há quem saliente que há muito por onde evoluir. A formação dos comandantes, a coordenação das várias entidades no teatro de operações e a logística no terreno são algumas das áreas a melhorar. M.O.


Como tem evoluído o dispositivo de combate nos últimos anos?

As tragédias de 2003 e 2005 obrigaram a mudanças profundas no dispositivo de combate. Hoje há mais meios do que nunca. A frota aérea é composta por 56 aparelhos, contra os 38 contratados para actuar em 2003 e os 49 em 2005. Também significativo foi o aumento a nível dos meios humanos, que, entre 2003 e 2010, quase triplicaram (de 3344 passaram para 9985 elementos). O que também triplicou foram os custos, que em cinco anos aumentaram de 36,6 milhões de euros para 103 milhões de euros. M.O.


Quem manda no combate aos fogos?

Em 2006, na sequência da nova lei de bases da Protecção Civil, foi criado o Sistema Integrado de Operações de Protecção e Socorro, que define as regras de articulação entre as várias entidades ligadas a esta área no teatro das operações. Introduziu-se assim a filosofia do comando único, que salvaguarda, contudo, a dependência hierárquica de cada organismo. Na Autoridade Nacional de Protecção Civil está o Comando Nacional de Operações de Socorro (o CNOS possui um comandante nacional, um segundo comandante e três adjuntos), que está no topo da hierarquia de comando das operações. A nível distrital existem os Comandos Distritais de Operações de Socorro, também com um comandante e um segundo comandante, responsável por este nível. Todos os anos o CNOS emite uma directiva operacional, que dá conta dos meios disponíveis em cada fase dos incêndios e do funcionamento do dispositivo. Mas quem comanda no combate de um fogo é o primeiro a lá chegar, sendo depois substituído normalmente por um comandante dos bombeiros locais. Os casos mais complexos são geridos pelos comandantes distritais ou por um responsável do CNOS. M.O.


A maioria dos fogos tem origem criminosa?

Não. Este ano, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, responsável pela investigação das causas dos incêndios florestais, já terminou 3943 inquéritos, tendo concluído que a maioria (44 por cento) é de origem negligente. Os fogos intencionais representam 22 por cento do total e as causas naturais são responsáveis por apenas dois por cento das ignições investigadas. Não foi possível determinar a causa de um terço dos fogos. Os números não são muito diferentes dos do ano passado, em que foram investigadas 12.176 ocorrências. As queimadas estiveram na origem de 33 por cento dos incêndios, enquanto a queima de lixo, o fumar e as fogueiras explicaram, cada um, um por cento das ignições. O incendiarismo foi a causa de 26 por cento das ocorrências. Até 2005, a investigação das causas estava a cargo do Corpo Nacional da Guarda Florestal, extinto nesse ano e cujos profissionais foram integrados na GNR. Nessa altura fazia-se uma média de 1200 investigações por ano. No entanto, era maior a taxa dos casos em que se concluía por uma determinada causa. M.O.


O papel reservado às autarquias na prevenção e combate aos fogos está a ser cumprido?

Os incêndios de 2003 resultaram numa profunda reforma nesta área, com os municípios a assumirem novas competências. Em 2004, criam-se as Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios para substituírem as anteriores estruturas - as CEFF. Até ao início do ano só três concelhos não dispunham ainda deste organismo, nos 278 existentes no continente. Estas comissões são responsáveis pela promoção e execução a nível local da política de Defesa da Floresta contra Incêndios, sendo obrigatório a elaboração dos planos municipais (os PMDFCI), o que quase todos (270) os municípios cumpriram. Mas já são menos (250) os que possuem Gabinetes Técnicos Florestais, que põem em prática as políticas definidas pela câmaras, e menos ainda (149) os que dispõem de Planos Operacionais Municipais que concretizam os PMDFCI. No terreno muitos queixam-se de que há planos desactualizados, que não servem para nada. Um estudo do Instituto de Estudos Sociais e Económicos, de 2007, apontou três problemas ao trabalho dos Gabinetes Técnicos Florestais: profissionais inexperientes, estruturas isoladas nas câmaras e muitas vezes desviadas para outras funções. No combate foi criada, em 2007, a figura de comandante operacional municipal, contra a vontade dos municípios. Em Agosto, a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil estimava que apenas 20 por cento das autarquias portuguesas tivessem este comandante de nível municipal. M.O.


A floresta do Estado arde mais do que a privada?

A Autoridade Florestal Nacional (AFN) tem sob sua gestão 529.620 hectares de matas nacionais e perímetros florestais, a maior parte dos quais são baldios. O ano de 2005 foi, no último decénio, aquele que apresentou maior área ardida nas florestas de gestão públicas, tendo os incêndios florestais destruído mais de 16 mil hectares. O ano passado os incêndios ocorridos em áreas sob gestão directa da AFN queimaram 13,3 mil hectares, o que representa 15 por cento da área ardida. Foram registadas nestas áreas 577 ocorrências, o que significa dois por cento do total. Em 2009, percentualmente, ardeu bastante mais nas áreas geridas pelo Estado do que nas áreas geridas por privados. Já em 2005, a situação inverteu-se, com a floresta privada a arder duas vezes mais que a de gestão pública. M.O.


As espécies florestais portuguesas são mais vulneráveis ao fogo?

Pinheiro-bravo, eucalipto e sobreiro são as três espécies florestais que mais área ocupam no país, de acordo com o Inventário Florestal Nacional (2005 e 2006). As primeiras duas são especialmente atreitas a incêndios e entram em ignição mais facilmente, devido às suas características intrínsecas, explica Joaquim Sande Silva, investigador em fogos florestais na Escola Superior Agrária de Coimbra e no Centro de Ecologia Aplicada Prof. Baeta Neves. As folhas do eucalipto e do pinheiro-bravo têm menor teor de humidade em relação a outras espécies. Para agravar o cenário, estas árvores têm óleos (eucaliptos) e resinas (pinheiro), lembra Joaquim Sande Silva. Mas não é tudo."Estes povoamentos florestais criam um ambiente seco ao nível do solo, propício aos incêndios", disse, lembrando que os fogos começam sempre na vegetação. Já o sobreiro, a nossa folhosa autóctone com maior representação, "resiste muito ao fogo por ter uma casca grossa, apesar de também arder como as outras árvores". Os montados conseguem manter mais humidade ao nível do solo. Helena Geraldes


Há interessados nos incêndios?

Muito se fala na gíria popular das redes criminosas ligadas ao fenómeno dos incêndios. Contudo, as alegadas máfias do fogo, ligadas à indústria da madeira, aos interesses imobiliários ou às empresas de meios aéreos, nunca foram detectadas nas investigações da Polícia Judiciária, que tem competência exclusiva para investigar os incêndios dolosos. Desde 1997 que o Instituto Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais estuda os incendiários condenados e, a partir de 2000, os detidos pelas autoridades, tendo concluído que mais de 90 por cento são homens e a maioria tem mais de 36 anos. Na generalidade, fazem-no fruto de perturbações psíquicas ou por vingança. Desde que em Setembro de 2007 o Código Penal autonomizou o crime de incêndio florestal, a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais contabiliza vinte pessoas condenadas, 12 das quais foram consideradas inimputáveis e obrigadas a cumprir medidas de internamento em instituições psiquiátricas. "A opinião pública sobrestima fortemente as causas intencionais com objectivos económicos (que são insignificantes) e praticamente ignora as associadas a produção agro-pecuária, as realmente mais comuns", nota Tiago Oliveira, engenheiro florestal, que fez parte da equipa que elaborou a proposta técnica do Plano Nacional de Prevenção e Protecção da Floresta contra Incêndios. M.O.


Os incêndios são um bom negócio para os madeireiros?

Em casos específicos, sim. Enquanto no caso do eucalipto as empresas de celulose recusam madeira com qualquer vestígio de carvão (o que afecta a qualidade da celulose) e pagam exactamente o mesmo preço por metro cúbico à entrada da fábrica, no caso do pinho a realidade pode ser diferente. Depois de um fogo, os troncos de uma floresta de pinheiro-bravo ou são imediatamente cortados e entregues às serrações, ou começam a ganhar uma espécie de bolor que lhe muda a cor e impede a sua utilização, por exemplo, na indústria do mobiliário. Quer isto dizer que, após um incêndio, os produtores afectados tratam imediatamente de colocar o que resta dos seus espaços florestais à venda, aumentando a pressão da oferta sobre a procura. Este cenário acaba por beneficiar os madeireiros, que aproveitam para baixar os preços e escolher os melhores lotes da madeira que chega ao mercado. Esta baixa de preços repercute-se igualmente na indústria. Mas, no processo, são os madeireiros, que, regra geral, dominam o mercado de uma determinada área florestal, quem mais pode ganhar com os fogos. Manuel Carvalho


Os incêndios são um bom negócio para a especulação imobiliária?

Desde 1990 que a lei proíbe a construção, pelo prazo de 10 anos, em povoamentos florestais percorridos por incêndios, em áreas não classificadas nos planos municipais de ordenamento do território como solos urbanos. Contudo, a partir de 2007, introduziu-se a possibilidade de, por despacho conjunto dos ministros do Ambiente e da Agricultura, serem levantadas as proibições, desde que se comprove que a origem do incêndio se fica a dever a causas a que os interessados são alheios. Actualmente a legislação também proíbe a construção de edificações para habitação, comércio, serviços e indústria nos terrenos classificados nos Planos Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios com risco de incêndio elevado ou muito elevado. Há, contudo, quem interrogue a aplicabilidade destes diplomas, alegando que muitas vezes ninguém os fiscaliza. M.O.


Existe legislação específica para o ordenamento florestal?

Um dos problemas que repetidamente se associam ao drama florestal relaciona-se com o labirinto da legislação. Depois de vários anos de debate, a Assembleia da República aprovou em 1996 a Lei de Bases da Política Florestal, que, naturalmente, se tornou a matriz do ordenamento florestal português. Aí se previam dois níveis principais de intervenção: a escala regional e a escala da associação local de produtores. Para a primeira, foram lançados os Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF), para as segundas as Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), cuja aprovação estaria dependente de planos de acção nos quais se determinariam as regras básicas do ordenamento e da gestão desses espaços, incluindo medidas ao nível da prevenção dos fogos. Os PROF, porém, demoraram três anos a ser regulamentados e a sua publicação só aconteceu depois de 2006. As ZIF, por seu lado, tiveram enquadramento legal em 2005 (nove anos depois de previstas na lei de bases) e, entretanto, foram-se disseminando pelo território. Actualmente há 27 no Norte, 64 no Centro, 18 em Lisboa e Vale do Tejo, duas no Alentejo e 16 no Algarve. Mais crítico do que o seu número é a sua operacionalidade: na sua grande maioria, as ZIF continuam no papel, sem qualquer acção concreta ao nível do planeamento e ordenamento. Falta-lhes uma competência básica: a de poderem vender os produtos da exploração florestal. Sem este estímulo, "vai ser difícil obter os resultados que se esperavam das ZIF", diz João Soares, agrónomo e ex-secretário de Estado das Florestas. M.C.


O abandono rural explica o drama dos incêndios?

Os especialistas concordam que o abandono rural explica em grande parte o problema dos incêndios. Até à década de 50, nota Américo Mendes, professor da Faculdade de Economia da Universidade Católica e produtor florestal, o risco de incêndio estava controlado "devido à existência de uma população rural numerosa e com usos e costumes que permitiam o controlo da massa combustível na floresta a níveis que reduziam esse risco de incêndio". Com o êxodo rural, os custos de mão-de-obra para uma gestão florestal sustentável começaram a ser cada vez mais elevados, conduzindo a rentabilidade privada da produção florestal para níveis negativos. "Os grandes incêndios de 2003 e 2005 não são mais do que o auge das consequências negativas desse problema económico de fundo, que tem vindo a desenvolver-se, pelo menos, desde os anos 50, sem políticas públicas que ajudem a resolvê-lo ou, pelo menos, atenuá-lo", defende o docente na apresentação "Política Florestal em Portugal depois de 2003". M.O.


O que vale a floresta portuguesa?

A floresta é o mais importante recurso renovável do país. Por alturas da integração europeia, acreditou-se que a prazo se poderia transformar numa espécie de petróleo verde. Com o início da razia dos incêndios, nos anos 90 e principalmente entre 2000 e 2005, esse "sonho florestal português" deixou de fazer sentido. Mas, apesar de todas as dificuldades por que o sector passa, principalmente na fileira do pinheiro-bravo, a floresta tem um valor estimado por Tiago Oliveira em 7750 milhões de euros e é a base de uma fileira que gera aproximadamente cinco mil milhões de euros por ano, representando três por cento do valor acrescentado bruto da economia (VAB) e 15 por cento do total das exportações. Olhando para estes valores, vale a pena notar que, de acordo com as estimativas de Américo Carvalho Mendes para 2001 e 2004, a venda de produtos lenhosos, a caça, a recolha de cogumelos, o sequestro de carbono acrescentavam cerca de 1300 milhões de euros à economia. A maior fatia da riqueza florestal provém, no entanto, de produtos transformados, com destaque para o papel e derivados da cortiça, que representam 61 por cento do valor das exportações do sector. A floresta gera aproximadamente 150 mil postos de trabalho directos. M.C.


De quem é a floresta portuguesa?

A floresta portuguesa é quase exclusivamente privada. Ao contrário da regra que se verifica em boa parte dos países da Europa, a propriedade pública florestal é muito reduzida, limitando-se a 86 mil hectares, entre matas nacionais ou parques naturais. Ou seja, cerca de dois por cento dos 3,4 milhões de hectares ocupados pela floresta nacional, de acordo com o inventário de 2005/06. O domínio absoluto dos espaços florestais pertence a cerca de meio milhão de proprietários privados, que dispõem de pouco mais de 84 por cento da área florestal. A maioria destes proprietários (61 por cento) possui uma área inferior a cinco hectares, uma dimensão com pouca viabilidade económica que estimula o abandono. "Alguns herdaram e não sabem, outros emigraram, alguns desistiram de cuidar dos terrenos, outros mudaram-se para as cidades", lamentou, numa entrevista ao DN, o secretário de Estado das Florestas, Rui Barreiro. No capítulo da floresta privada, vale a pena notar que as empresas produtoras de pasta e de papel detêm já uma área florestal estimada em 250 mil hectares, ou seja, 7,7 por cento do total. Finalmente, uma área da floresta nacional correspondente a meio milhão de hectares é ocupada pelos espaços comunitários, mais conhecidos por baldios. M.C.

O Estado devia intervencionar as matas abandonadas?

O princípio de que deve haver penalizações para quem não cuida de um bem privado de interesse público como é a floresta é defendido por vários especialistas. Quanto à possibilidade de ser o Estado a exercer essa penalização através da intervenção directa nas explorações florestais, as divergências são mais nítidas. Mesmo estando prevista na legislação florestal de alguns países europeus, a ingerência directa do Estado exigia que as taxas de abandono de espaços florestais fossem reduzidas e reclamava uma administração pública capaz de identificar e punir as infracções. Ora, a Autoridade Florestal Nacional, herdeira da outrora poderosa e qualificada Direcção-Geral das Florestas que se diluiu na máquina do Ministério da Agricultura, não tem recursos capazes sequer para garantir a gestão das matas do Estado. Como alternativa, há quem defenda penalizações de natureza fiscal para os absentistas. João Soares é há anos um convicto advogado desta medida, que passa pelo agravamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para as propriedades abandonadas. Esta medida teria de ser antecipada pela construção de um cadastro florestal, que espera há décadas para ser concretizado, e a fiscalização do absentismo e da negligência seriam transferidos do Ministério da Agricultura para o Ministério das Finanças. "Tendo de pagar impostos elevados, os proprietários absentistas teriam mais disponibilidade para vender, o que dinamizaria o mercado fundiário em Portugal", diz João Soares. M.C.

Em que estado estão as matas comunitárias?

As matas comunitárias, mais conhecidas por baldios, são actualmente um dos principais problemas da floresta nacional. O Governo lançou este ano um debate público para se avaliar o que fazer com uma área de meio milhão de hectares que se encontra num limbo de indefinição entre a memória comunitária de outrora e a realidade actual do mundo rural, onde rareiam pastores e a floresta deixou de ser uma fonte providencial de recursos. Regidos por uma lei de 1983, os baldios podem ser geridos por assembleias de compartes eleitos pelos povos de uma determinada área, ou, por delegação, pelo Estado via serviços florestais. A maioria dos baldios segue esta modalidade. Pelo lado dos serviços florestais, o que tem sido feito são apenas cortes ("uma actividade mineira", na expressão de João Soares), não havendo recursos nem disponibilidade para operações de silvicultura. Pelo lado dos compartes, as receitas obtidas com a venda de madeira servem para reparar capelas ou fontes, quase nunca para reinvestir na floresta. Face a estas lacunas, os baldios degradaram-se ou arderam mais rapidamente que o resto da floresta. Em muitos casos, os compartes são apenas representantes de facções políticas que ali encontram outra forma de prolongar ou de se oporem à acção das juntas de freguesia ou dos municípios. M.C.

A floresta portuguesa está na pior situação de sempre?

Errado. A floresta está hoje numa situação muito mais complicada do que há dez anos. Mas a crença de que Portugal era há 100 anos um país coberto de árvores de Norte a Sul não resiste à análise da História. De acordo com o investigador Inocêncio Seita Coelho, em 1867 a área florestal representava 14,1 por cento do território; em 1995 ocupava 38,2 por cento, um valor muito próximo do actual. Olhando em perspectiva desde os anos 80, houve uma espécie florestal que reforçou a sua presença no espaço florestal: o sobreiro. O eucalipto, a segunda espécie mais importante da floresta, recuou ligeiramente. A azinheira e o carvalho, a quarta e quinta espécies em termos de área, assinalaram recuos mais pronunciados. Mas, no caso do pinheiro, a situação é trágica: em dez anos, a sua área reduziu-se 266 mil hectares, ao ponto de pôr em causa a sobrevivência económica da importante fileira industrial que lhe está associada. Esta espécie foi a principal vítima dos incêndios que devastaram o país entre 2000 e 2006. Enquanto os eucaliptais se regeneram naturalmente após um incêndio, os pinhais exigem operações silvícolas de manutenção para sobreviver. Se o pinhal destruído tiver mais de 15 anos, pode ter deixado no solo sementes para germinar. Mas as plantas jovens têm de conviver com mato altamente combustível. E "há sempre uma forte probabilidade de este mato arder antes de os pinheiros atingirem os 15 anos". Quando esta situação acontece, o pinhal desaparece. Como tem desaparecido. M.C.

Fonte: Publico
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Jorge Caldas

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vigilância apertada "in loco" pode ajudar a evitar incêndios

Os incêndios consumiram 71 mil hectares até 15 de Agosto, menos do que nos incêndios de 2003 e de 2005. Reforçar e apertar a vigilância no terreno pode ajudar a evitar os incêndios. É esta a opinião de Domingos Xavier Viegas, da Universidade de Coimbra. Por outro lado, Joaquim Sande Silva, da Escola Agrária de Coimbra, propõe mão pesada para quem põe fogo. Joaquim Sande Silva diz que o principal problema relaciona-se com a própria origem dos incêndios: "O fogo que é posto, umas vezes por negligência outras intencionalmente".

Como medida de curto prazo, o professor da Escola Agrária de Coimbra propõe "tolerância zero e uma aplicação cega da lei para quem põe fogo".

Domingos Xavier Viegas sublinha, por seu lado, que é preciso "maior vigilância nas zonas que estão ardidas para evitar reacendimentos", mas também "reforçar a vigilância no terreno, para dissuadir pessoas que tivessem má intenção".

As espécies cultivadas e o ordenamento florestal são um problema, refere Eugénio Sequeira, da Liga para a Protecção da Natureza (LPN), contudo a cartografia deveria ser posta ao serviço do combate a incêndios: "Ter uma cartografia correcta do ponto de vista de micro-climatologia, das situações de ventos às várias horas, para que, quem está a comandar o combate ao fogo, saiba onde está".

Mas o especialista via mais longe: "Todos os carros, todas as equipas de bombeiros terem um GPS que indique a posição correcta, de dia e de noite, para que quem comanda saiba de caras onde estão as suas forças".

Os incêndios consumiram 71 mil hectares até 15 de Agosto, segundo a Autoridade Nacional Florestal. A área ardida é menos de um quinto do total consumido pelas chamas no período homólogo em 2003 e cerca de um terço do verificado no mesmo período em 2005. Em 2003, as chamas consumiram, até à primeira quinzena de Agosto, 372 mil hectares. Em 2005, o valor a 15 de Agosto era de 197 mil hectares ardidos.

Fonte: Rádio Renascença



domingo, 22 de agosto de 2010

Apoios só depois de terminada a época de incêndios

As ajudas financeiras aos agricultores que sofreram danos com os incêndios só podem ser dadas depois de feito o levantamento dos danos e estragos sofridos.


"Em momentos de combate aos incêndios temos é que ajudar as populações e preparar instrumentos de auxílio. Apresentamos há duas semanas as linhas de intervenção aos agricultores com prejuízos, mas a época de incêndios ainda não terminou e temos de esperar pelo levantamento dos estragos", afirmou António Serrano, à margem do 28.º Congresso Internacional de Horticultura que decorre até dia 28 de Agosto, no Centro de Congressos de Lisboa.

O governante acrescentou que "logo que o processo de quantificação de todos os danos esteja concluído serão tomadas as medidas necessárias que possam minimizar a perda do potencial produtivo afectado, que promovam o ordenamento e recuperação de povoamentos e estabilizem o solo após o incêndio".

Quanto a rapidez dessa ajuda, António Serrano explicou não ser possível mais celeridade e deu como exemplo o vendaval do Oeste que, embora tenha acontecido em Dezembro passado, só agora começam a chegar as primeiras ajudas.

"O vendaval no oeste foi a resposta mais rápida que houve até hoje. Não houve operação em Portugal de larga escala que tivesse este tipo de resposta", afirmou o ministro.

António Serrano disse ainda querer "tranquilizar os agricultores afectados", garantindo que "vão ter o apoio do Estado" e lembrou algumas das linhas de intervenção e apoio apresentadas há duas semanas, entre as quais ajudas à alimentação animal, apoios a quem perdeu máquinas e equipamentos e ajudas à floresta, incluindo reflorestação.

Diário Económico com Lusa
22/08/10 20:55

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Primeira quinzena de Agosto quente - IM

A primeira quinzena de Agosto foi caracterizada, em geral, pela influência de uma corrente de Leste que transportou na sua circulação uma massa de ar quente e seco, situação que conduziu à persistência de temperaturas elevadas e à ocorrência de uma onda de calor, registada em várias estações da rede do IM.

No período de 1 a 15 de Agosto, o território continental registou uma média da temperatura máxima do ar de 32,8ºC, o que significa uma anomalia de + 4ºC em relação ao valor normal mensal de 1971-2000 (28,8ºC). Relativamente à temperatura mínima do ar, no período em análise registou-se uma média de 17,3ºC, traduzindo-se numa anomalia de +1,8ºC, em relação ao valor normal do mês (15,5ºC).

Neste período, os maiores valores da temperatura máxima do ar observados foram de 42,3ºC na Amareleja no dia 11, 42,0ºC em Tomar e 41,9ºC em Alvega, ambos no dia 8. As maiores temperaturas mínimas verificadas neste período registaram-se em Faro com 27.2ºC no dia 12, em Portalegre com 26,5ºC no dia 10 e em Lisboa com 26,4ºC nos dias 10 e 11.

Relativamente ao risco meteorológico de incêndio (FWI), os primeiros 15 dias do mês caracterizaram-se por valores de risco elevado a máximo nas regiões do interior Norte e Centro.

Da análise do comportamento do risco de incêndio médio, da área ardida e do número de ocorrências, para os primeiros 15 dias do mês de Agosto, no período 2006-2010, verifica-se que os anos de 2006 e 2010 são os que apresentam maiores valores de risco médio, de área ardida e também do número de ocorrências para o período em análise.

Comparando com os anos anteriores, verifica-se que o valor médio do FWI de 2010 é o mais elevado, relativamente ao período homologo dos últimos anos, sendo bastante próximo do obtido em 2006.

Comparando os primeiros 15 dias de Agosto deste ano com os respectivos dias de Agosto de 2003, 2005 e 2006 (considerados os anos mais gravosos da última década para os fogos florestais) pode observar-se que, em geral, para todos os Distritos os valores das áreas de risco muito elevado estão próximas das observadas em 2006. Desta comparação realça-se o dia 11 de Agosto de 2010, com valores muito elevados de área de risco.

Instituto de Meteorologia, 2010-08-20


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Incêndios Florestais nos Jornais de 18-08-2010


Incêndios 2010


Este é o mapa obtido através da plataforma Global Fire Information Management System (GFIMS), disponibilizada pelo Departamento de Recursos Naturais (NRD) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), dos incêndios activos desde 01/06/2010, no território português. Verifica-se claramente que os a mancha se concentra nos distritos das regiões do Norte e Centro Litoral.

Este é o mapa das áreas comunitárias ou baldias submetidas a Regime Florestal. (Fonte: Programa Nacional para a Valorização dos Territórios Comunitários).

É interessante verificar que, à excepção do distrito do Porto e Aveiro (Litoral), o grosso das ocorrências coicidem com áreas públicas, para além de coicidirem com áreas protegidas e classificadas, destacando-se o Parque Nacional Peneda Gerês.

Amélia Freitas
SMPC/GTF Caminha

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Incêndios Florestais nos Jornais de 17-08-2010


domingo, 15 de agosto de 2010

Incêndios Florestais nos Jornais de 15-08-2010


sábado, 14 de agosto de 2010

Incêndios Florestais nos Jornais de 14-08-2010




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