quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Informação Ambiental Precisa para Incêndios Florestais - O Futuro!



Postado por:
Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

Introdução ao Comportamento do Fogo. Incêndios conduzidos pela Topografia

Os incêndios florestais conduzidos pela topografia são aqueles incêndios que se desenvolvem segundo o eixo de propagação definido pelo território, isto é, a maior influência no comportamento do fogo é a variação da topografia. Por outras palavras, as variações na intensidade do comportamento do fogo podem prever-se se entendermos o efeito da topografia sobre a inflamabilidade do combustível, os ventos e o potencial de propagação.

Este tipo de incêndios dá-se em terrenos em que o declive, as encostas e as ravinas influenciam claramente a propagação. Muitos incêndios em Portugal enquadram-se neste tipo, devido à diversidade topográfica que caracteriza o território, principalmente as regiões Norte e Centro. Quanto maior é a diversidade topográfica de um dado território, maior será a dificuldade no controlo do incêndio, daí constatarmos a existência de grandes incêndios em distritos que apresentam estas características topográficas, tais como Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, entre outros.

O efeito dos acidentes topográficos (relevo) no comportamento do fogo pode ser profundo. O terreno pode variar acentuadamente através de uma zona, especialmente em territórios montanhosos. O terreno variável pode ocultar as estruturas do outro lado e limitar a nossa capacidade de visualizar as zonas mais baixas, dificultando a execução de manobras eficazes e seguras. Daí a necessidade de todo o combatente interpretar na perfeição a cartografia e de conhecer como se manifestará o fogo numa dada posição no terreno.

A topografia tem um impacto directo no estado dos combustíveis, tanto ao nível da sua disponibilidade como ao nível da susceptibilidade à combustão. As características topográficas alteram os processos normais de transferência de calor e modificam os padrões gerais do tempo atmosférico, produzindo assim condições meteorológicas locais – microclima. As diferenças de altitude e declive contribuem para as variações da temperatura e da humidade relativa, afectando por sua vez: a quantidade de precipitação recebida, a data em que o gelo ou neve se derrete e a data em que a vegetação seca.

Os incêndios conduzidos pela topografia são um dos tipos de incêndio onde os efeitos da variação da inflamabilidade dos combustíveis são muito aparentes. Neste caso, a hora do dia, a exposição e a localização do incêndio na topografia são ingredientes chave na previsão das variações no comportamento do fogo.
Neste tipo, destacam-se os seguintes cenários principais possíveis:
1.    Nas encostas
2.    Nas ravinas
3.    Nos colos




 Para fazer previsões para este tipo de incêndios, a chave é a topografia. Utilize uma carta do relevo.

Tácticas


As tácticas para um incêndio conduzido pela topografia cobrem todo o conjunto de métodos e tácticas de combate: ataque directo, indirecto, ataque combinado e fogo táctico.
Todas as tácticas podem ser seguras e efectivas ou podem converter-se em inseguras em alguma zona ou durante um dado período. O incêndio varia constantemente de posição na topografia ao mesmo tempo que muda a hora.
A inflamabilidade dos combustíveis não é constante durante o dia e, são quentes ou frios em várias exposições.
Quando muda a topografia, a meteorologia, a hora do dia e a posição do incêndio, há que reavaliar as tácticas para garantir a segurança e a eficiência do combate. Daí existirem tácticas para cada cenário, de acordo com a posição na topografia.

Todo o combatente, mas especialmente quem tem a responsabilidade pela disposição das equipas de combate, pela aplicação das tácticas, enfim pelo Comando das Operações, tem que obrigatoriamente conhecer na perfeição o Comportamento do Fogo, bem como as tácticas a adoptar em cada situação, procurando sempre antecipar-se a manifestações que coloquem em risco a segurança dos combatentes e a eficácia do combate. Ir ao “reboque do incêndio” não é combater o incêndio! Pelo que é necessária a antecipação e a aplicação de tácticas e isso implica um profundo conhecimento do território, a perfeita interpretação da cartografia e a avaliação do Comportamento do Fogo.
Desenvolvido e postado por:
Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira
Referencias: Campbell, Doug
Terrén Molina, Domingo - UFF

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

III Jornadas Micológicas do Corno de Bico - Paredes de Coura

As III Jornadas Micológicas do Corno de Bico, realizam-se nos dias 19 e 20 de Novembro na Paisagem Protegida do Corno de Bico, em Paredes de Coura, subordinadas ao tema “ Diversidade Micológica e Desenvolvimento Sustentável”.
Com a organização deste evento, que contará com a presença de especialistas, investigadores e produtores na área da Micologia, pretende-se genericamente promover os recursos turísticos, as paisagens e o património natural do Concelho de Paredes de Coura e da Paisagem Protegida do Corno de Bico e ao mesmo tempo, num salutar convívio com a natureza, demonstrar o potencial dos cogumelos como vector de desenvolvimento das regiões e economias de montanha, quer em termos gastronómicos, quer para outras utilizações, bem como mostrar aos participantes e potenciais empreendedores a viabilidade do sector em termos produtivos nas mais variadas áreas que envolvem a micologia.
Os preços de participação variam entre os 50€ Euros para os dois dias e os 30€ Euros para um dos dois dias.
Para mais informações os interessados poderão consultar o portal do Município de Paredes de Coura e da Paisagem Protegida do Corno de Bico, em: www.cm-paredes-coura / www.cornodebico.pt, respectivamente.
Para o esclarecimento de dúvidas e inscrições os eventuais interessados poderão contactar o secretariado pelo correio electrónico: jornadasmicologicas@cm-paredescoura.pt ou pelos telefones:             251780100/251780162 , ou então presencialmente nos serviços do Município de Paredes de Coura, durante o horário normal de expediente.
Em ordem a pautar este certame pela qualidade, as inscrições estão limitadas a 60 participantes e deverão ser efectuadas até ao dia 14 de Novembro.



Sara Gonçalves
GTF de Paredes de Coura

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Introdução ao Comportamento do Fogo. Incêndios conduzidos pelo Vento

Vamos tentar descrever aqui um tema que tem sido apenas objecto de estudo e de formação no âmbito técnico e colocado à margem da formação no nosso país dos combatentes de incêndios florestais – o Comportamento do Fogo.
O comum combatente já ouviu falar do triângulo do fogo, assim como do ambiente do fogo em incêndios florestais, isto é o conjunto de factores que condicionam um incêndio florestal:

Contudo, no combate é o comportamento do fogo que dita as “regras de jogo”, as variáveis que influenciam a intensidade do fogo, a velocidade de propagação da frente e o comprimento de chama que irá determinar as tácticas a adoptar no combate ao incêndio florestal. Pelo que o combatente deve fazer o simples de algo complexo, possuindo a necessária capacidade de antevisão das alterações, de forma a permitir uma antecipação na adopção de tácticas, com eficácia e segurança.
Todo o combatente deve ser capaz de diferenciar o tipo de incêndio que vai ou está a enfrentar, cuja previsão do comportamento obriga ao isolamento da força que domina e controla o incêndio. Muitas vezes duas forças combinam-se para influenciar esse comportamento, no entanto há uma força que “manda” mais que a outra. Com este artigo, vamos iniciar uma breve mas elucidativa introdução às forças que determinam o comportamento do fogo.

Os incêndios florestais podem ser classificados de acordo com o comportamento de fogo manifestado, causado pela mudança de um ou mais dos 3 factores condicionantes:


  1. Vento: a sua força e direcção actua sobre o incêndio.
  2. Combustível: as alterações no tipo ou modelo de combustível ou na inflamabilidade na rota da frente de chamas.
  3. Topografia: variações na forma do relevo, declive e exposição na rota da frente de chamas.

Incêndios conduzidos pelo Vento

São aqueles incêndios em que o motor principal na propagação é o vento, dependendo da sua força e do seu rumo. Por vezes o vento não é muito intenso, mas é o único factor a destacar (por ex.º: planície e homogénea). Neste caso, o incêndio corre à frente do vento, mas sem alterações significativas derivado de variações no combustível ou na topografia. Os incêndios dominados manifestam-se por adoptarem perímetros alongados na direcção do vento e no caso de gerarem-se faúlhas, podem produzir focos secundários, pelo que obrigam a uma atenção rigorosa na direcção da coluna convectiva.


 As Bases das Tácticas

Os prognósticos do vento são a chave de previsão do comportamento do fogo impulsionado por ele. É necessário estudar no local a influência deste e entender o quanto ou pouco fiável é a força e a direcção do vento.
 
Carta Geral (Europa) dos Ventos de Superfície


Gráfico de Ventos para o local previstos para cada altitude

Quando o incêndio é dominado pelo vento, a táctica preferencial é ancorar a cauda e estabelecer faixas de contenção pelos flancos num ataque directo.
O responsável pelo combate deve ser rápido na previsão de quando o vento deixa de dominar o incêndio, pois outro factor (combustível ou topografia) passará a dominar, obrigando à reavaliação da táctica.
As melhores estratégias baseiam-se no uso do fogo táctico, aproveitando o vento de sucção do próprio incêndio, apoiando-se em vias existentes ou em ataques mais convencionais.

Para todos os efeitos, a cabeça do incêndio avança muito mais rápido do que os meios de extinção para conter o avanço progressivo desde a cauda.
Os incêndios dominados pelo vento obrigam a manobras avançadas com vista a detecção e eliminação de focos secundários, bem como à criação de faixas de protecção com recurso ao uso de fogo táctico. Na 1ª intervenção ou no combate, é importante proceder-se em simultâneo à extinção das chamas e ao controlo da linha, bem como à fundamental atenção às projecções pelo que obriga a elementos adiantados para observação da coluna de fumo.

Desenvolvido e postado por:
Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Outono que nos (des)espera!

Apesar de termos entrado no Outono, parece que acabamos de iniciar um Verão que tardou a chegar e que com ele arrastou para uma nova época de incêndios florestais nos primeiros dias do mês, o que levou à prorrogação do prazo do Período Crítico!


O mês de Outubro promete ser muito atípico para a época, com um calor tardio proveniente do Magrebe. Este mês pode ser muito quente em toda a península ibérica, contudo vai caracterizar-se por um calor muito suave, duradouro e com baixos valores de humidade. Esperando-se baixos valores de precipitação, principalmente no Sul de Portugal.


Previsão a para os próximos 8 dias: de 13 a 20 de Outubro

Segundo a NOAA, para a região do Alto Minho, durante a próxima semana não se espera qualquer precipitação, o céu começará a apresentar alguma nebulosidade a partir do dia 16, começando a dissipar a partir da tarde do dia 17 de outubro. As temperaturas oscilarão entre os 23 e os 25 ºC. A humidade relativa mínima rondará os 40% e a máxima cerca de 80 %. O Ponto de Orvalho rondará os 10 ºC. Quanto ao vento a 10 m apresenta-se fraco (Grau 2 na Escala de Beaufort) durante toda a semana, contudo no decurso do dia 16 apresentará oscilações na sua direcção, rodando de Sul para Oeste, isto devido à entrada de uma frente fria pouco activa.

O restante mês de Outubro

Apesar da NOAA, prever para a nossa região baixos valores de precipitação, vários estudiosos da meteorologia apontam que entre o dia 20 ao dia 28 espera-se a chegada de frentes atlânticas com precipitação afectando de Oeste a Este e chegando os ventos do sudoeste, adiantados a estas frentes.
Para os últimos dias de outubro espera-se uma descida da temperatura e o vento rodará para oeste e noroeste levando precipitação às regiões do nordeste da península e prevendo-se céu limpo no restante território.

Atenção que apesar da nebulosidade e de uma ligeira descida da temperatura, isto apenas pode interferir no comportamento do fogo, mas não reduz o risco de incêndio, pelo que obriga a uma maior atenção no uso do fogo por parte da população.

postado por: Emanuel Oliveira, 
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Governo vai reforçar meios de combate ao fogo até 15 de Outubro


A mesma fonte afirmou que o reforço operacional é uma entre outras medidas que o MAI está a estudar.

O reforço dos 360 bombeiros juntam-se aos 5.435 elementos que compõem o dispositivo da fase "Delta" de combate incêndios florestais, que começou no sábado.

Durante a fase "Delta", os bombeiros têm ao dispor 1.225 veículos e, até 15 de Outubro, 17 meios aéreos. A partir do dia 16 de Outubro estarão disponíveis os nove helicópteros da Empresa de Meios Aéreos (EMA), que serão activados segundo a avaliação do perigo e do risco de incêndio.

Segundo o MAI, o reforço do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) deve-se às condições meteorológicas e ao aumento significativo do risco de incêndio.

A mesma fonte adiantou que no sábado foi o dia "mais severo" em termos meteorológicos desde 15 de maio.

in Jornal de Noticias


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Onda de calor em Portugal continental

O estado do tempo em Portugal continental está a ser influenciado por um anticiclone localizado a Noroeste da Península Ibérica estendendo-se em crista em direcção ao Mediterrâneo ocidental e dando origem a uma situação de tempo quente e seco com a predominância de uma corrente de leste, situação que se irá manter até dia 5.


A partir de dia 6 prevê-se uma pequena descida da temperatura máxima no litoral oeste, onde o vento soprará de Noroeste, descida esta que se estenderá a todo o território no dia 7.

Esta situação de persistência de tempo quente originou a entrada em onda de calor das estações de Braga, com 6 dias e Alcácer do Sal e Alvega com 7 dias.

2011-10-03

Instituto de Meteorologia, IP

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