terça-feira, 27 de março de 2012

Na Mata da Albergaria Incêndio lavra em zona sensível do Parque Nacional da Peneda-Gerês

Fonte: Público
 27.03.2012 - 16:50 Por Marisa Soares

Um incêndio deflagrou nesta terça-feira ao início da tarde numa zona próxima da Mata da Albergaria, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, num local de difícil acesso.
"É uma zona extremamente inclinada, com muita pedra e muita serra, onde a movimentação de meios terrestres é muito complicada", disse o comandante Hersílio Campos, do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), o alerta para o incêndio, que lavra em Bouça de Mó, concelho de Terras de Bouro, foi dado às 15h26. No local estão 33 elementos operacionais, apoiados por oito veículos e dois helicópteros.

"Quando o fogo foi detectado já tinha alguma dimensão porque já estaria a lavrar há tempo. O ataque inicial foi prejudicado por isso, mas conhecendo a zona e o risco foi logo pedido um meio aéreo para ajudar a conter as chamas", afirmou o comandante Hersílio Campos.

Segundo a mesma fonte, às 17h estavam em curso 20 incêndios no distrito de Braga. Questionado sobre as eventuais causas para este número elevado de ocorrências, num dia em que se estima que os termómetros cheguem aos 27 graus, o comandante limitou-se a dizer que "não são as condições atmosféricas que fazem os incêndios".

No local estão os Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro, que tiveram de desmobilizar os meios de outro incêndio que estava já em fase de rescaldo para este que lavra no parque nacional.

Fonte do CDOS disse à Lusa que as chamas estão a consumir uma zona sensível constituída por carvalhos seculares, mas o comandante Hersílio Campos disse desconhecer o tipo de vegetação afectada. "É uma zona de parque nacional e por isso toda ela é sensível por esse facto", referiu.

O lugar de Bouça da Mó fica perto da Mata da Albergaria, que está classificada pelo Conselho da Europa como Reserva Biogenética do Continente Europeu. É um dos mais importantes bosques do parque nacional, constituído por um carvalhal secular que inclui espécies características da fauna e da flora do Gerês.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Em 40 anos duplicaram os desastres naturais



A frequência de desastres naturais anuais quadruplicou no mundo entre a década de 1970 e 2010, indica uma nota do Instituto de Meteorologia para assinalar, esta sexta-feira, o Dia Mundial da Meteorologia. 



As menos de 100 ocorrências por ano dispararam para mais de 450 em quatro décadas, enquanto os prejuízos subiram de 7,6 mil milhões de euros para mais de 60 mil milhões em cada ano, em todo o mundo, ainda de acordo com os dados do IM.

Em 2005, quando o furacão "Katrina" atingiu a costa Oriental dos Estados Unidos, os prejuízos ultrapassam os 160 mil milhões de euros.

Os especialistas admitem que o aumento possa ser "exacerbado pelas alterações climáticas, hoje reconhecidas como inequívocas" pelo Painel Intergovernamental de Alterações Climáticas (IPCC na sigla em inglês).

A subida da temperatura média do ar e dos oceanos são consequências dessa realidade, que implica a diminuição do gelo nos pólos e a subida do nível médio da água do mar.

"Portugal não escapa igualmente a fenómenos meteorológicos e climáticos extremos", considera o IM, enunciando depois as inundações, os fogos florestais, as secas e as ondas de calor como as situações mais frequentes no país.

Em consequência, cita o ano de 2003, onde uma onda de calor terá sido a responsável pela morte de mais de duas mil pessoas e os fogos florestais nesse mesmo ano como os desastres que mais impacto tiveram.

Já quanto a prejuízos, as cheias na madeira em 2010 ocupam o topo da tabela, com custos de mil milhões de euros.

As secas são também destacadas na última década, designadamente a que ocorreu entre novembro de 2004 e fevereiro de 2006 e a atinge a totalidade Portugal Continental atualmente, de forma extrema ou severa.

É preciso eliminar os «constrangimentos à execução da política florestal»

 Daniel Campelo


Mudar o rumo do do Fundo Florestal Permanente, atrair poupanças ao investimento florestal e adaptar a política florestal às reais necessidades da florestas são alguns dos objectivos do Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, que antecipa ao Ambiente Online a estratégia do Governo para a floresta para os próximos anos.

Quais são as prioridades no sector e qual a estratégia para os próximos anos?

As prioridades no sector estão alinhadas com o conteúdo do Programa do XIX Governo Constitucional que definiu um conjunto de orientações que visam “um desenvolvimento sustentável que aumente o potencial produtivo agrícola, dinamize o mundo rural” e “torne a floresta um sector potenciador de riqueza, de biodiversidade, de equilíbrio ambiental e de um bom ordenamento do território”, que reflete de forma evidente a necessidade que o país tem de capitalizar todas as suas riquezas, onde os espaços florestais, que ocupam 64 por cento do território continental nunca poderiam ser menosprezados, numa perspetiva de sustentabilidade integrada.

Defendemos que a estratégia para os próximos anos passa por promover o crescimento pelo aumento do contributo dos sector florestal, estimulando o investimento, a estruturação e a rentabilização das explorações, através das seguintes linhas estratégicas: dinamizar o mercado fundiário rústico para a estruturação fundiária com vista à melhoria de rentabilidade das explorações agrícolas e florestais; estimular o maior aproveitamento e gestão do território rural e a mobilização das terras abandonadas, fomentando a expansão das explorações e a gestão rural;

dinamizar a gestão ativa e agrupada com escala como meio de defesa da floresta contra incêndios e redução deste e outros riscos;atrair o investimento e a poupança ao mundo rural e recuperar o padrão de investimento público e privado permanente sustentável na floresta, através do estímulo a instrumentos apropriados;

operacionalizar a informação sobre o território rural como meio para melhorar as medidas de política; promover a aplicação à propriedade rústica do princípio de beneficiar quem promove o uso da terra e de responsabilizar quem a abandona; estabelecer um quadro regulamentar favorável à dinamização dos processos de estruturação fundiária da propriedade rústica;assumir a gestão sustentável como pilar da gestão do território florestal;

dinamizar o mercado fundiário rústico e a mobilização das terras abandonadas ou disponíveis para arrendamento com vista à melhoria de rentabilidade das explorações agrícolas e florestais, adaptar e generalizar a todo o território rural a identificação georreferenciada dos prédios rústicos e das terras sem dono e em abandono, como base fundamental da gestão rural, que simultaneamente antecipe e prepare a generalização do cadastro a todo o País; estimular os produtores agrícolas e florestais e os outros agentes ativos no terreno na implementação das várias formas de gestão e conservação dos espaços rurais não competitivos;criar um quadro fiscal e financeiro favorável à gestão florestal e dos espaços naturais de longo prazo, bem como à atracção das poupanças ao investimento florestal.

A sustentabilidade do sector é uma das preocupações das associações florestais e o do próprio mercado. O que está a ser equacionado neste âmbito?Haverá mudanças, por exemplo, no Fundo Florestal Permanente?

A sustentabilidade tem que ser uma preocupação de toda a sociedade no geral e deste sector em particular, mas na verdade, o sector florestal é aos dias de hoje “prova viva” de que é possível retirar dividendos económicos, salvaguardando e conservando os bens naturais e de forma a envolver toda a sociedade, que são no fim, as prerrogativas da própria sustentabilidade. A floresta portuguesa tem História e faz História em cada dia.

Nós estamos empenhados em mudar o rumo que os apoios públicos têm assumido em Portugal, e o Fundo Florestal Permanente é um bom exemplo daquilo que pretendemos vincar; quaisquer apoios públicos ao investimento no sector devem ser transparentes, permitam o escrutínio público e que respeitem o espírito pelo qual foi criado este instrumento de: apoiar a gestão florestal sustentável, nas suas diferentes valências, a estratégia de reestruturação fundiária, de planeamento e de gestão florestal e o reforço da organização de capacidade técnica dos produtos florestais.

Mas o melhor que podemos fazer é mostrar e já tivemos oportunidade de transmitir aos agentes, em todas as oportunidades que surgiram para o efeito, que informação como a de que foram apoiados pelo Fundo um conjunto de 752 projetos e protocolos, no valor global de 226 milhões de euros desde 2004 e que atualmente, encontram-se em curso (contratados ou em contratação) um conjunto de 231 projetos e protocolos, que envolvem um valor de cerca de 52 milhões de euros de apoios, dos quais se encontram pagos cerca de 32 milhões, será o nosso modo de atuação. Informar, envolver e responsabilizar-nos pela nossa floresta é uma aposta nacional e a utilização de apoios tem de ser racional e ponderada.

Quando estará pronto a publicar o novo código florestal?


A política florestal nacional deve debruçar-se pela identificação de constrangimentos, quaisquer que sejam, sendo a legislação regulamentadora deste sector peça chave que deve ser desenhada por forma a servir numa fechadura, bem oleada e que permita abrir a porta do desenvolvimento nacional, se me permite a utilização da metáfora.

A nossa metodologia está assente na revisão de vários instrumentos legais e de planeamento, um a um, revogando a legislação que não mais se adapta, revendo a demais no sentido da sua simplificação, eliminando os constrangimentos à execução da política florestal, ou seja, adaptar às reais necessidades da floresta portuguesa e dos seus agentes. Estão já em fases diferentes de preparação, propostas de diplomas, que serão apresentados, discutidos e avaliados com as entidades do sector em matérias tão essenciais quanto as arborizações, baldios, caça, pesca, protecção do sobreiro e azinheira, defesa da floresta contra incêndios e zonas de intervenção florestal, entre outros.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Novo Organograma da Autoridade Florestal Nacional

Daniel Campelo quer envolver municípios na gestão de parques naturais.

21/02/12

O governo quer envolver os municípios na gestão dos espaços verdes públicos, que têm estado sob responsabilidade da administração central, incluindo parques nacionais e naturais, disse hoje, em Coimbra, o secretário de Estado Daniel Campelo.

«A estratégia do governo é descentralizar a gestão de espaços públicos, sempre que isso corresponda a um ganho» para a área em causa, afirmou o responsável pela Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, que falava aos jornalistas, hoje, na Mata Nacional do Choupal, depois de ter participado na sessão de apresentação do projeto Floresta Comum.

As negociações em curso, entre o governo e autarquias algarvias, relativamente ao Parque Natural da Ria Formosa, no sentido de implicar estas entidades na gestão daquela área, resultam da estratégia do governo para este setor, exemplificou Daniel Campelo.

Também as casas florestais, que, de um modo generalizado, «têm estado abandonadas e em degradação», são um reflexo daquela política, cuja gestão está a ser descentralizada, acrescentou o governante, prevendo que suceda o mesmo com os viveiros florestais.

Para vencer, «o país tem de buscar soluções na terra, porque ela é um bem muito mais estável do que se pensa», sustentou, durante a sua intervenção, o secretário de Estado, manifestando a convicção de que «a recuperação do país está no aproveitamento do território” e “não nas praças financeiras ou no euromilhões (a não ser para alguns), como muitos dizem».

No entanto, advertiu, «temos cerca de um milhão e meio de hectares de terra abandonada», para além do território com aptidão agrícola.

Envolvendo a Secretaria de Estado, a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o Floresta Comum pretende ser «um incentivo à reflorestação do país», foi sublinhado na sessão.

O projeto visa a criação de «uma bolsa de árvores e arbustos de espécies autóctones», que serão disponibilizados aos municípios, em função de projetos por estes apresentados e que, após a respetiva aprovação, sejam selecionados pela parceria responsável pelo Floresta Comum, disse Nuno Sequeira, dirigente da Quercus.

segunda-feira, 19 de março de 2012

O Ano Hidrológico 2011/12 e os incêndios florestais de 2012. O “Inferno” pode repetir-se!?

 Post de: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

Observando e analisando os dados meteorológicos, parece que a situação ao nível dos incêndios florestais é, sem dúvida alguma, potencialmente ameaçadora. Quando olhamos a situação meteorológica do Ano Hidrológico de 2004/05, recordamos os grandes incêndios florestais que afectaram o Alto Minho, tornando-se no pior ano de sempre no histórico da região. Se compararmos o actual ano hidrológico e relacionarmos com os dados de ocorrências e área ardida, os números ainda são mais assustadores, quer ao nível da agressividade da seca quer ao nível dos incêndios florestais:
  • Em 2005, no 1º Trimestre, ocorreram no Alto Minho 634 ocorrências que consumiram um total de 1938,86 hectares de espaço florestal.
  • Em 2012, até ao dia 19 de Março, ocorreram neste mesmo território, um total de 655 ocorrências que consumiram já cerca de 2300 hectares de espaço florestal.
O total de área ardida em 2005 apenas no território distrital foi de cerca de 27 100 hectares, registando 2 845 ocorrências.

O agravamento da seca neste mês de Março e as previsões pouco animadoras podem traduzir-se num aumento preocupante do risco de incêndios florestais, pela disponibilidade dos combustíveis, a reduzida humidade do solo, o aumento da carga de combustível fino morto e os reduzidos caudais dos pontos de água de combate a incêndios. Situações especiais vão obrigatoriamente requerer medidas especiais de prevenção. Para além das medidas que se prendem com a operacionalidade dos meios de combate, será fundamental a antecipação da abertura do sistema de vigilância fixa e móvel, um incremento da fiscalização e a antecipação da abertura do Período Crítico, caso se mantenham tão baixos os níveis de precipitação.

Num país que se debate com uma séria crise financeira, a “crise meteorológica” da qual dependem todos os sectores económicos, vem aprofundar ainda mais a situação de Portugal.

Que Verão nos (des)espera!

Post de: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vila Nova de Cerveira

Na próxima quarta-feira entramos na Primavera, deixando para trás um Inverno anormalmente seco e frio e que, nas últimas semanas brindou-nos também, com temperaturas anormalmente muito elevadas para a época.

Agora fica uma questão difícil de responder: Que tempo meteorológico espera-nos nesta Primavera de 2012? E o Verão!?

O certo é que a situação é comparável à vivida no Ano Hidrológico de 2004/2005, no entanto mais grave!


Os valores registados permitem-nos facilmente concluir que apesar dos meses de Outubro e Novembro de 2011 apresentarem valores próximos das normais climatológicas, regista-se um acentuado afastamento negativo a partir do mês de Dezembro, agravando-se severamente nos primeiros três meses de 2012.
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Relativamente aos valores das normais climatológicas, não há palavras para descrever, pois os números falam por si! Quando comparados os valores deste Ano Hidrológico que ainda vai a pouco menos de meio, com os registados no Ano Hidrológico de 2004/05, vemos que a situação é mais grave, pois em 2005 verificou-se uma acentuada recuperação logo a partir do mês de Março e que posteriormente se prolongou pelos meses de Abril e Maio, o que permitiram acumular cerca de 410 mm.
 
 No que respeita a este ano hidrológico, esperemos que se cumpra o ditado “Abril águas mil”. No entanto, cabe salientar que as chuvas primaveris poderão não ser o suficientes para paliar os efeitos desta seca extrema que atinge a região. Tomando como referência as normais climatológicas, seria importante uma acumulação de cerca de 300 mm, mas não nos podemos esquecer que dentro de três meses inicia-se o Verão e a precipitação esperada durante esta estação regista sempre valores muito reduzidos.

Segundo Francisco Infante, delegado do organismo espanhol de meteorologia - Agencia Estatal de Meteorologia (AEMET) - numa entrevista ao jornal electrónico “El Ideal Gallego” afirmou o seguinte: “Havendo um regime de precipitações normais até ao Outono, poderá recuperar-se alguma coisa, mas o caso é que teria que seguir a chover durante o resto do ano, uma vez que só com a Primavera não é o suficiente”, acrescentou ainda que “O importante agora é inverter-se a tendência, porque a falta de chuva vai acabar por impactar todo o sistema hidrológico”.

O Instituto de Meteorologia, IP através da previsão mensal para o território, regista o seguinte para os próximos dias: “Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, em todo o território continental de 19/03 a 25/03, e apenas para a região a norte do sistema montanhoso Montejunto- Estrela, na semana de 26/03 a 01/04. Na semana de 02/04 a 08/04 prevêem-se valores acima do normal para a região sul.
Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, nas semanas de 19/03 a 25/03 e de 26/03 a 01/04. Na semana de 02/04 a 08/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.


A previsão sazonal Multi-Modelo (ECMWF/Met Office/Météo France) para o continente, aponta para valores anormais da temperatura média entre 01 de Abril e 31 de Agosto. Prevendo-se uma anomalia positiva da temperatura média de 0,5 a 1,0 ºC, com uma probabilidade de ser superior à temperatura média entre 60% a 90%. Ao nível das precipitações não existe sinal estatisticamente significativo, pelo que é difícil a médio prazo prever-se a sua ocorrência.

Igualmente, o modelo CFS emitido pelo serviço de meteorologia dos EUA (National Weather Service) do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), não apresenta dados animadores para o período de Maio a Julho, prevendo-se uma anomalia negativa ao nível da precipitação. Analisando-se mensalmente, os meses de Abril a Maio poderão aproximar-se de valores normais, contudo o mesmo não ocorre para os dois meses seguintes que apresentam anomalias negativas. Quanto ao mês de Agosto prevê-se uma anomalia positiva.

ATENÇÃO: A previsão fornecida por estes modelos estacionais é essencialmente probabilística. Apesar de superar o tempo de previsão meteorológica normal, apresenta um grau de fiabilidade aceitável para apoiar conclusões do tipo: espera-se que chova mais do que o normal ou para se estimar se a temperatura será acima da média, etc..

Mais de metade do continente em seca extrema

De acordo com o Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia, a situação de seca meteorológica apresentava em 15 de março um agravamento face à situação registada no final de fevereiro, agora com mais de metade do território continental em situação de seca extrema (53%) e a parcela restante (47%) em seca severa, os dois níveis mais elevados de severidade deste episódio climático.

Também a percentagem de água no solo, que mede a capacidade de água utilizável pelas plantas, revela uma situação de escassez com valores inferiores a 50% em todo o território, havendo mesmo locais na região sul onde é inferior a 40%.

Esta situação fica a dever-se à ausência de precipitação significativa em praticamente todo o território durante a primeira quinzena de Março, período em que se registaram em média 5,7 mm.

Para o final do mês de março, tendo em conta a previsão de longo prazo disponível para a precipitação que aponta para valores abaixo do normal para a época nesta quinzena, o Instituto de Meteorologia admite como mais provável um cenário de não desagravamento na severidade da seca meteorológica.

O Observatório de Secas do IM fará no final de março nova atualização desta informação.

O IM passa a divulgar previsões sazonais

O Instituto de Meteorologia vai passar a divulgar previsões de longo prazo que integram um período de 5 meses.

A previsão sazonal que será divulgada no Portal na Web fornece informação para três trimestres de um modo deslizante e é atualizada mensalmente, sendo baseada no sistema multi-modelo EUROSIP, acoplando os modelos do ECMWF, MetOffice e Météo-France.

À semelhança da previsão mensal trata-se de uma previsão probabilistica, apresentada de uma forma estatistica em comparação com a climatologia de referência e baseia-se na análise de anomalias para a temperatura média e precipitação acumulada, sendo que por vezes o sinal não é suficientemente forte para fornecer uma informação consistente sobre um ou mais parâmetros.

É sempre de relevar que em comparação com a previsão a médio-prazo (até 15 dias), a amplitude dos sinais previstos é para as previsões sazonais muito inferior e o intervalo temporal sobre o qual se acumulam os erros é muito superior, razão bastante para que as interpretações a fazer dos resultados obtidos devam merecer os maiores cuidados por parte dos utilizadores.

Por se tratarem de produtos ainda em fase de desenvolvimento do conhecimento científico e por representarem uma leitura probabilística das condições do estado do tempo num prazo alargado, não obstante a sua divulgação pública o IM declina quaisquer responsabilidades na utilização das previsões mensais e sazonais que são disponibilizadas no Portal, particularmente no que se refere a eventuais danos ou prejuízos que advenham para os utilizadores.

Para utilizadores específicos poderão os serviços técnicos do IM prestar apoio de consultadoria que permita uma mais detalhada interpretação sobre os resultados extraídos.

III Semana da FLoresta de Ponte de Lima

quinta-feira, 15 de março de 2012

Aeronaves transferidas da EMA para a Protecção Civil

 Supervisão mantém-se no INAC

O Ministério da Administração Interna esclareceu que os meios aéreos da EMA vão ser transferidos para a Autoridade Nacional de Protecção Civil, no processo de liquidação da empresa, mantendo o Instituto Nacional de Aviação Civil a supervisão das aeronaves, noticia a Lusa.

Numa resposta à pergunta do grupo parlamentar Ecologista «Os Verdes», o Ministério da Administração Interna (MAI) refere que os meios próprios da Empresa de Meios Aéreos (EMA), em especial a respetiva operação e manutenção, se encontram sob supervisão do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), entidade competente para o efeito, que «assegura a respetiva aeronavegabilidade permanente através das ações de controlo, inspeção e fiscalização necessárias».

Esta competência, adianta o MAI, vai manter-se depois da extinção da EMA, assegurando desta forma a aeronavegabilidade dos meios aéreos.

O MAI reafirma que a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) vai assumir as competências da gestão dos meios aéreos atribuídos atualmente à EMA, mas não especifica quando é que o processo de liquidação da empresa vai ficar concluído.

Na resposta, o Ministério diz igualmente que, no âmbito do processo de liquidação, o MAI «tomará as opções concretas de execução da decisão política tomada, quer quanto aos trabalhadores da EMA, quer quanto aos meios aéreos próprios».

A EMA ainda vai ser este ano responsável pela contratação dos 44 meios aéreos de combate a incêndios florestais para época mais crítica, segundo a resolução aprovada no mês passado em Conselho de Ministros.

O MAI salienta ainda que o Governo não prevê qualquer «perturbação na operacionalidade» do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR na sua ação de combate aos incêndios florestais.

FONTE: tvi24  |  14- 3- 2012  20: 24

terça-feira, 13 de março de 2012

Alto Minho em fogo antes do Período Crítico -

 Desde 1 de Janeiro até hoje já ocorreram no Alto Minho cerca de 600 ocorrências e já arderam mais de 1 500 hectares. O grande incêndio florestal ocorrido no Parque Nacional da Peneda-Gerês (Várzea – Arcos de Valdevez), nos dias 10, 11 e 12 de Março consumiu mais de 300 hectares. Só neste mesmo fim de semana, arderam no total mais de 600 hectares nos diversos incêndios ocorridos nos concelhos do Alto Minho (sem contar com o GIF do PNPG).
Em termos comparativos, no ano 2011, nos primeiros três meses, o distrito registou cerca de 290 ocorrências e 916 hectares de área ardida.

À medida que os dias vão passando neste Inverno, longe da precipitação, com valores de humidade cada vez mais reduzidos e temperaturas cada vez mais altas (aproximando-se dos valores da Primavera), o risco de incêndio vai aumentando e os incêndios florestais vão gradualmente, dia após dia, ganhando cada vez mais intensidade.
A previsão da precipitação está longe dos valores normais para a época e não se consegue estimar que a que venha ainda a cair, consiga repor os caudais da rede de pontos de água para enfrentar os incêndios estivais.


 
 Evolução da precipitação para os próximos dias. Fonte: Wetterzentrale


A disponibilidade dos combustíveis é elevada, assim como a sua carga, associada a esta situação atmosférica completamente anormal, tem contribuído para que os actuais incêndios florestais de inverno tenham tido um comportamento muito semelhante aos registados durante o Período Crítico.

  Evolução Sinóptica para os próximos dias. Fonte: Wetterzentrale

A falta de disponibilidade de combatentes é patente, pois também estes foram apanhados de surpresa, com a antecipação da época de incêndios, a qual poderá alargar-se até ao final do Verão e entrar no Outono, tal como ocorreu em 2011, onde a primeira quinzena do mês de Outubro, deixou na região do Alto Minho um elevado número de ocorrências e de área ardida.

O elevado número de ocorrências, duas vezes superior ao ano 2011 para o mesmo período, bem como cerca do dobro da área ardida, levou já à mobilização dos meios de combate e consequentemente, aos encargos que as diversas entidades tiveram já que enfrentar para poder responder com a possível e esmerada prontidão que os identifica – bombeiros voluntários e profissionais, sapadores florestais e GIPS-GNR. Para além do desgaste antecipado dos meios (veículos e bombas), também está o desgaste físico dos combatentes, pelo que a continuidade destes incêndios, em número e em área, antecipa uma época difícil para os combatentes, o que poderá acarretar problemas de resposta nos meses seguintes, caso as condições atmosféricas se mantenham.

A actual situação parece dar um sinal de aviso de um longo período de incêndios que aí vem, o qual não podemos ignorar, alhear-nos ou subvalorizar. Antes devemos de estar atentos e em prontidão, prepararmo-nos para a pior situação, pois se estivermos preparados para o muito, então estaremos à vontade para o pouco, pelo que esperamos que seja realmente pouco, pois como diz a canção popular: “Para melhor está bem, está bem! Para pior já basta assim!”.

Postado por: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

Revogado Código Florestal

Lei n.º 12/2012
de 13 de março

Revoga o Código Florestal

A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º
Objeto

A presente lei revoga o Decreto -Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro, que aprova o Código Florestal.

Artigo 2.º
Norma revogatória

É revogado o Decreto -Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro.

Artigo 3.º
Produção de efeitos

1 — A presente lei produz efeitos à data de entrada em vigor do Decreto -Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro.

2 — Mantém -se em vigor o quadro legal existente à data de publicação do Decreto -Lei n.º 254/2009, de 24 de setembro.

Artigo 4.º
Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

Aprovada em 27 de janeiro de 2012.
A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção A. Esteves.
Promulgada em 29 de fevereiro de 2012.
Publique -se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendada em 5 de março de 2012.
O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

Inverno excecionalmente frio e seco

O Inverno climatológico de 2011/2012 (dezembro, janeiro e fevereiro) foi caracterizado por tempo frio e por reduzida precipitação em Portugal continental.

A persistência excecional de um anticiclone de bloqueio na região atlântica entre o Continente e os Açores que se estendeu em direção à Europa Central, desde meados de dezembro 2011 até final de fevereiro 2012, motivou a quase ausência de precipitação.

Durante este período registaram-se em média no continente 64mm, o que corresponde a cerca de 18% da precipitação normal (1971-2000), valores que levam a classificar o inverno de 2011/2012 como o mais seco desde 1931.

Em termos de temperatura o ar este período foi particularmente caracterizado pelos baixos valores da temperatura mínima, colocando este inverno como o terceiro com mais baixos valores de temperatura mínima desde que se iniciaram os registos continuados no continente.

Durante os meses de inverno verificaram-se vários dias com temperatura mínima inferior a 0ºC em muitas regiões, inclusivamente com registo de valores mínimos absolutos em fevereiro, assim como a ocorrência de uma onda de frio prolongada também em fevereiro.

Neste inverno, como consequência da fraca precipitação ocorrida, o território continental entrou em dezembro em situação de seca meteorológica que se tem vindo a intensificar. No final de fevereiro o território encontrava-se na sua totalidade em situação de seca, nos dois níveis mais elevados de severidade - severa (68%) e extrema (32%).

Fonte: Instituto de Meteorologia

segunda-feira, 12 de março de 2012

Governo: meios de combate a incêndios são «adequados»

Fonte: tvi24, 12- 3- 2012

Secretário de Estado diz que se for necessário serão tomadas «medidas excecionais»

O secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D`Ávila, considerou hoje «adequados» os meios de combate aos incêndios, mas admite que podem vir a ser tomadas «medidas excecionais» em situações extraordinárias, noticia a Lusa.

«Nós não excluímos que, para situações excecionais, possam vir a ser tomadas medidas excecionais», afirmou Filipe Lobo D`Ávila em conferência de imprensa, no final da reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil, na qual foi aprovada a Diretiva Operacional Nacional ¿ Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2012).

O secretário de Estado explicou que, na sequência da «monotorização constante e diária» feita pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), já foram tomadas algumas medidas, dando como exemplo o pagamento antecipado a algumas corporações de bombeiros e o reforço do dispositivo.

«A propósito desta sobrecarga [de incêndios] que se tem sentido nestes dois meses, o Governo determinou a antecipação de cerca de 400 mil euros em verbas destinadas a 100 corpos de bombeiros, situados em concelhos sujeitos a uma grande pressão, do ponto de vista do número de incêndios», avançou.

Lobo D`Ávila sublinhou que, «não obstante as condições que o país atravessa, conseguiu-se um pequeno reforço do dispositivo, que não exclui outro tipo de medidas que poderão ser ponderadas através da análise operacional feita pela ANPC».

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais contará, no verão, com mais nove mil elementos e 44 meios aéreos.

Este dispositivo representa um «esforço financeiro de 70,2 milhões de euros» para a ANPC, dos quais 45 milhões de euros são para os meios aéreos, 17 ME para despesas com pessoal, 1,7 ME para combustíveis e 6,5 ME para despesas extraordinárias, disse o comandante operacional nacional da Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto.

«As verbas que estão previstas são sensivelmente as mesmas», reforçou Lobo D`Ávila, observando: «Com as mesmas verbas conseguiu-se um reforço, nomeadamente, nos meses mais críticos».

Para o secretário de Estado, a aprovação deste dispositivo é «absolutamente essencial para dar resposta a um verão que se estima ser difícil», apelando também à sensibilização da população.

Como novidade para este ano, Filipe Lobo D`Ávila apresentou um projeto piloto de monotorização, com recurso a novas tecnologias de prevenção e combate a incêndios, que será operacionalizado através de um plano de operações no Parque Nacional Peneda Gerês, resultante de uma parceria entre os ministérios da Agricultura e da Administração Interna.

Desde janeiro já deflagram cerca de 5800 incêndios em floresta e mato, perto de cinco vezes mais do que nos três primeiros meses de 2011, quando ocorreram 1653 fogos, segundo dados da ANPC e da Autoridade Florestal Nacional.

Os dados indicam igualmente que, no último mês de fevereiro, com 4186 fogos, registaram-se mais incêndios florestais do que em agosto do ano passado (3982).

Questionado pelos jornalistas sobre os meios atualmente no terreno, o comandante Vaz Pinto adiantou que «estão adequados à situação que se está a viver» e que, até agora, «o dispositivo tem respondido com muita eficiência».

«O dispositivo responde de acordo com o risco», frisou.

Continuação de tempo quente para a época

FONTE: 2012-03-12 (IM)

Na sequência de informação veiculada no final da semana passada, o Centro de Previsão do IM prevê para os próximos dias a continuação de valores de temperatura máxima elevados para a época, situação que se deverá manter até ao próximo dia 14 na generalidade do território, prologando-se até dia 15 na região norte.

Prevê-se que durante este período os valores de temperatura máxima do ar se situem acima dos 23ºC em praticamente todo o território continental, com exceção do litoral algarvio. Destaque particular para a região litoral centro onde se preveem para amanhã temperaturas de 25-26ºC, em Santarém e Leiria, e no dia 14 temperaturas de 28ºC em Santarém, 27ºC em Setúbal e 26ºC em Lisboa.

Acompanhando as previsões de temperatura elevada, o risco de incêndio para estes dias irá apresentar-se igualmente elevado, particularmente no interior da região centro.

Prevê-se, entretanto, a partir de dia 15 até ao final da semana uma alteração na situação meteorológica, com a aproximação de uma depressão e posteriormente de uma superfície frontal a afetarem o território do continente.

Com esta alteração de situação do estado do tempo o Centro de Previsão do IM prevê um aumento da nebulosidade no território e admite a possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada nos dias 15 e 16, em particular na região centro e sul, com diminuição da temperatura máxima.

Para o final da semana, nos dias 17 e 18, prevê-se que a precipitação atinja sobretudo as regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela.

Não obstante a previsão de precipitação para este período, os valores esperados não serão suficientes para um desagravamento significativo da situação de seca meteorológica, porquanto se admite o retorno ao tempo seco no início da próxima semana.

Seminário "Floresta - As oportunidades do uso múltiplo"

No sentido de debater a importância da floresta potenciada pelo seu uso múltiplo e a contribuição que as associações florestais têm tido neste domínio, a Forestis - Associação Florestal de Portugal convida-o a participar no seminário "FLORESTA: As oportunidades do uso múltiplo", no dia 22 de Março, às 14:00, no Parque de Exposições de Braga, integrado na AGRO 2012 - Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação.

O programa conta com a presença do Director Nacional para a Gestão Florestal, João Pinho, que nos honrará com uma apresentação de enquadramento ao tema.

A gestão dos espaços florestais pode ser mais produtiva fazendo uso dos serviços prestados pelas associações que actuam em cada região. Da mesma forma, existe um variado número de produtos lenhosos (madeira e biomassa) e não lenhosos (mel, castanha, cogumelos, resina, etc.) que possuem um elevado potencial de aproveitamento e que podem trazer aos proprietários rendimentos complementares às suas actividades.


A inscrição no seminário dará acesso gratuito à Feira Agro 2012.


PROGRAMA
DIA 22 DE MARÇO


13:45 Recepção dos participantes
14:00 Sessão de Abertura
14:30 Apresentação
          Oportunidades do uso múltiplo - João Pinho, Autoridade Florestal Nacional
15:00 Gestão florestal sustentável  
          Serviços de apoio a proprietários e gestores - José Campelo, Associação Florestal do Cávado
          ZIF – Funcionamento e experiência - Dulce Mota, Associação Florestal do Lima
          Certificação florestal - Américo Mendes, Associação para a Certificação Florestal do Tâmega
16:00 Intervalo
16:20 Produtos florestais: rentabilidade
          Produtos lenhosos: madeira e biomassa - Carla Duarte, Associação Florestal do Concelho de Góis
          Produtos não lenhosos: mel, cogumelos - Duarte Marques, Aguiarfloresta
17:00 Debate
17:30 Sessão de Encerramento

MAIS INFORMAÇÃO AQUI: FORESTIS

Estado contrata Meios Aéreos para Combate aos Incêndios Florestais

 Resolução de Conselho de Ministros n.º 23/2012

A necessidade de assegurar o combate aos incêndios florestais durante o período crítico de maior perigosidade e probabilidade de ocorrências conduziu o Governo à decisão de manter, a título transitório, no ano de 2012, a atividade de gestão da operação do dispositivo permanente e sazonal de meios aéreos para as missões públicas atribuídas ao Ministério da Administração Interna (MAI) através da EMA — Empresa de Meios Aéreos, S. A. (EMA).

O Estado celebrará assim, para o ano de 2012, um contrato de prestação de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos com a EMA, que abrange tanto a locação dos meios aéreos próprios da EMA, que compõem o dispositivo permanente, como a locação dos meios necessários ao dispositivo sazonal de combate aos incêndios florestais.

O valor da despesa está em linha com o montante global aprovado em 2011 pelas Resoluções do Conselho de Ministros n.º 7/2011, de 20 de janeiro, e n.º 26/2011, de 28 de abril, que aprovaram, respetivamente, a despesa com a locação dos meios próprios da EMA e a despesa com a locação dos meios sazonais.
Atendendo a que a EMA, de acordo com o disposto no Decreto -Lei n.º 109/2007, de 13 de abril, beneficia de um direito exclusivo de exercer a atividade de disponibilização dos meios aéreos necessários à prossecução das missões públicas atribuídas ao MAI, não é aplicável à formação deste contrato a parte II do Código dos Contratos Públicos, nos termos previstos na alínea a) do n.º 4 do artigo 5.º Face ao exposto, a presente resolução autoriza a realização de despesa com a aquisição à EMA de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos necessários à prossecução das missões públicas de combate aos incêndios florestais atribuídas ao MAI, durante o ano de 2012.

Assim:

Nos termos da alínea e) do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto--Lei n.º 197/99, de 8 de junho, e da alínea g) do artigo 199.º da Constituição, o Conselho de Ministros resolve:
1 — Autorizar a realização da despesa com a aquisição de serviços de disponibilização e locação dos meios aéreos necessários à prossecução das missões públicas atribuídas ao Ministério da Administração Interna (MAI), visando assegurar a disponibilidade de meios aéreos de forma permanente e sazonal durante o ano de 2012, à EMA — Empresa de Meios Aéreos, S. A., até ao montante global de € 36 511 027,64 valor ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor.
2 — Estabelecer que o encargo referido no número anterior é suportado por verbas inscritas nos orçamentos da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da Polícia de Segurança Pública.
3 — Delegar, com faculdade de subdelegação, no Ministro da Administração Interna, nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 109.º do Código dos Contratos Públicos, a competência para a prática de todos os atos necessários ao lançamento e conclusão dos procedimentos de contratação previstos nos números anteriores.
4 — Determinar que a presente resolução produz efeitos a partir da data da sua aprovação.

Presidência do Conselho de Ministros, 23 de fevereiro de 2012. — O Primeiro -Ministro, Pedro Passos Coelho.

domingo, 11 de março de 2012

Fase mais crítica dos incêndios vai contar este ano com "mais meios" do que em 2011, garante MAI

A época mais crítica de combate a  incêndios florestais vai contar este ano com "mais meios" do que em 2011,  garantiu hoje o ministro da Administração Interna, revelando que a apresentação  do dispositivo está marcada para terça-feira.

"Em relação a este ano, vamos ter mais meios e um dispositivo mais alargado  do que tivemos no ano passado", afirmou Miguel Macedo à margem da inauguração  das obras de remodelação e ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários  de Montemor-o-Novo (Évora), que envolveu um investimento superior a 1,2  milhões de euros, foi financiada com fundos comunitários (70 por cento),  através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), e verbas do  município de Montemor-o-Novo (30 por cento).

O governante adiantou que o dispositivo da fase Charlie, que decorre  de 01 de julho a 30 de setembro, "é ligeiramente superior àquele que se  verificava o ano passado", explicando que a medida "já estava prevista"  e que "não é determinada pela circunstância meteorológica do momento", que  se traduz na situação de seca e num aumento das temperaturas normais para  esta época do ano.

"Isto significa que traduzimos na prática que há funções do Estado,  designadamente estas da proteção civil, onde sem prejuízo de alterações  e de reformas que é preciso fazer, não pode faltar o recurso necessário  para um fim tão essencial como este da proteção civil", considerou.

Questionado pelos jornalistas, Miguel Macedo voltou a esclarecer que  o Governo fez a antecipação de duodécimos para uma centena de corpos de  bombeiros por ser "a forma mais rápida e expedita de fazer chegar esse dinheiro"  às corporações que "têm tido mais solicitações".

"Fizemo-lo porque essa era a forma mais expedita de rapidamente chegarmos  com mais recurso, que são necessários, neste momento, para os corpos de  bombeiros", frisou o governante.

Garantindo estar a "acompanhar todos os dias a situação meteorológica",  o ministro disse ainda que "não está posta de parte, muito pelo contrário,  a possibilidade de, se for necessário, haver ajudas extraordinárias para  os corpos de bombeiros".

À chegada ao quartel dos Bombeiros de Montemor-o-Novo, o ministro da  Administração Interna foi recebido por uma manifestação, com cerca de três  dezenas de pessoas que exigiam os "direitos dos trabalhadores bombeiros".

FONTE: LUSA

terça-feira, 6 de março de 2012

Fogo no Gerês.mpg

Melgaço e Ílhavo lideram projectos que querem revolucionar poder local

Fonte: Público, 05.03.2012 - Por Margarida Gomes

São duas realidades diferentes, mas com experiências concretas na área do associativismo municipal. As comunidades intermunicipais do Alto Minho e da Região de Aveiro, escolhidas pelo Governo para integrar o grupo de trabalho que está a fazer um estudo-piloto sobre descentralização de competências, têm praticamente concluído o levantamento sobre as áreas que entendem que devem ser transferidas para as comunidades intermunicipais (CIM).

O exercício, lançado pelo Governo no âmbito da reforma da administração local, visa "a identificação de mecanismos de racionalização e redução das despesas correntes municipais através de ganhos de escala" e pretende uma "redefinição de modelos de gestão municipal e intermunicipal". Os líderes das CIM-piloto, o socialista Rui Solheiro (Alto Minho) e o social-democrata Ribau Esteves (Região de Aveiro), acreditam que há ganhos de escala na transferência de competências para a esfera das CIM, mas vão também avisando que não estão neste projecto para ficar apenas na fotografia. "Tenho uma leitura positiva das reuniões de avaliação que têm ocorrido [com o secretário de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa, Paulo Júlio], mas não estamos neste processo para ficarmos na fotografia, estamos porque acreditamos nele e é com esse acto de fé que participamos neste trabalho", afirma Ribau Esteves, líder da Comunidade Intermunicipal de Região de Aveiro e presidente da Câmara de Ílhavo.

O estudo-piloto em que estão a trabalhar exige uma prévia e cuidadosa avaliação da natureza e tipologia das competências a delegar ou a transferir e é nesse trabalho que as duas CIM se têm empenhado. "O que se está a fazer é o levantamento dos municípios sobre o que é possível delegar da administração central para as comunidades intermunicipais, mas ainda não se chegou a uma decisão", explicou ao PÚBLICO Rui Solheiro, presidente da Câmara de Melgaço, vice-presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e líder dos autarcas socialistas. Solheiro tem ideias precisas sobre o que importa transferir e em cima da mesa coloca, de imediato, a área das florestas, transportes rodoviários públicos e gestão de fundos comunitários. Mas Solheiro, que lidera uma CIM de perfil rural (constituída por dez municípios), aponta ainda a área da segurança social como uma matéria onde "há caminho a percorrer". Neste processo, o vice-presidente da ANMP chama a atenção para uma questão que considera fundamental e que tem a ver o envelope financeiro que terá de estar associado a este pacote de transferência de competências. "À partida, estamos disponíveis desde que haja condições financeiras para exercer mais competências", diz.

Ribau Esteves (PSD) elenca um conjunto de áreas bem diferentes. Ao PÚBLICO, o presidente da Câmara de Ílhavo destaca a formação, o planeamento, gestão de sistemas ambientais, gestão territorial, como competências que devem passar para a alçada das CIM e considera que há outras que podem também ser ponderadas no sentido de serem transferidas, nomeadamente a área da gestão de compras, até, porque, nota, "há algumas CIM já com trabalho feito a esse nível". Ribau Esteves defende que a gestão de edifícios do parque escolar, bem como a programação cultural em rede e algumas áreas de nível mais técnico no plano dos recursos humanos deveriam passar para a tutela das comunidades intermunicipais, isto, porque, sublinha, "não há justificação para que cada município tenha competências em todas estas áreas". E tal como Rui Solheiro entende que os gabinetes florestais devem passar para a esfera das CIM. Ao mesmo tempo aponta uma mão-cheia de exemplos (caso dos médicos veterinários municipais e os laboratórios que fazem o controlo de todos os instrumentos de pesagem) que devem passar a ter presença numa entidade intermunicipal, "numa clara perspectiva de rentabilizar recursos".

Ribau Esteves sai ainda em defesa de outras competências que, na sua opinião, devem passar para o âmbito das CIM. São elas: gestão do território, nomeadamente em parques e reservas naturais e em áreas de domínio público hídrico - "a gestão da ria de Aveiro deve ser gerida pela comunidade intermunicipal", defende. No plano da educação, aponta a co-gestão dos agrupamentos de escolas e sai em defesa da transferência de competências no plano social.

O trabalho que está ser feito pelos líderes destas duas CIM foi discutido há dias na reunião do grupo coordenador. Mas a reunião não foi conclusiva para o relatório final que será apresentado pela DGAL (Direcção-Geral da Administração Local). É que para além da identificação das competências a transferir, importa apresentar a calendarização dessas mesmas transferências. No final deste mês, haverá uma nova reunião para avaliação e definição do calendário, adiantou ainda o socialista Rui Solheiro.No âmbito da reforma da administração local, o Governo pretende estender a todo o pais durante este ano, o modelo de descentralização de competências que está a ser testado com as comunidades do Alto Minho e Aveiro.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Fevereiro mais seco desde 1931 em Portugal Continental

O balanço climatológico do mês de Fevereiro permite caraterizá-lo como excecionalmente frio e seco no território continental.

Com um valor médio de precipitação de 2.2mm, o mês de fevereiro registou um valor de precipitação cerca de 50 vezes inferior ao valor normal (100,1 mm), o que permite classificá-lo como extremamente seco, colocando-o mesmo como o fevereiro mais seco desde que se iniciaram os registos continuados de observação, em 1931.

Esta situação ficou a dever-se à influência de cristas anticiclónicas sobre o território do continente, que foram atuando como bloqueio à influência e atravessamento das superfícies frontais que habitualmente afetam o território continental nos meses de inverno.

Como decorrência da quase ausência de precipitação neste mês, a situação de seca meteorológica intensificou-se em todo o território nacional, encontrando-se no final do mês a totalidade do território continental em situação de seca severa (68%) e extrema (32%), os dois níveis de maior severidade deste fenómeno climático.

A temperatura do ar registou igualmente valores extraordinariamente baixos, nomeadamente na temperatura mínima, com uma anomalia média de cerca de -5ºC em relação ao valor normal, o que posiciona este fevereiro como o segundo com temperatura mínima do ar mais baixa, desde 1931. Destaca-se ainda a ocorrência de vários dias com temperatura mínima inferior a 0ºC em muitas localidades e o registo de novos valores mínimos absolutos.

As baixas temperaturas persistiram neste mês de Fevereiro durante longos períodos, tendo-se registado situações prolongadas de ondas de frio em várias estações da rede do Instituto, tendo em alguns casos atingido mais de 18 dias consecutivos.

Os valores médios da temperatura média e máxima do ar também foram inferiores aos respetivos valores normais, em -0,26ºC e -2,49ºC respetivamente, sendo o valor da temperatura média do ar, de 7,6ºC, o 5º mais baixo desde 1931.

domingo, 4 de março de 2012

Alto Minho com Quatro vezes mais fogos em 2012

O Alto Minho somou, nos primeiros dois meses de 2012, quatro vezes mais incêndios do que em igual período do ano anterior, indicam dados avançados hoje à Lusa pelo Comandante Distrital de Operações de Socorro.

Segundo Paulo Esteves, no distrito de Viana do Castelo registaram-se, entre 01 de janeiro e 28 de fevereiro de 2012, um total de 406 incêndios, numa média diária de quase sete fogos. Em igual período de 2011, o total foi de apenas 104 incêndios.
"O aspeto mais positivo é que, segundo os dados preliminares de que dispomos, a evolução da área ardida não foi semelhante ao número de ignições", sublinhou o comandante distrital.
Até agora, os incêndios destruíram uma área de 721 hectares, enquanto que nos primeiros dois meses de 2011 esse número rondou os 465 hectares.
"Temos registado, como é sabido, condições adversas, desde o tempo seco à ausência de precipitação, além de determinados comportamentos negligentes, sem deixar de admitir que, em alguns casos, não seja mais do que isso", admitiu Paulo Esteves.
Acrescenta que as queimadas, que nesta altura são permitidas mas que "rapidamente se descontrolam", representam um dos principais focos do problema.
"Neste momento as condições não são as mesmas, há uma vegetação muito seca e a humidade relativa do ar está abaixo dos 30 por cento. Por isso, estamos a aconselhar que as queimadas sejam feitas apenas da parte da manhã, sem abandonar o local e só depois de verificar se o terreno está limpo, à volta", apontou ainda o comandante distrital.
Segundo Paulo Esteves, apesar de o número "anormal" de incêndios nos primeiros meses do ano, o dispositivo combatente no distrito "tem respondido com uma prontidão além do expectável" para esta altura.
"Essa prontidão tem sido importante, além da coordenação de meios. Basta dizer que só no dia 28 de fevereiro tínhamos seis incêndios no concelho de Arcos de Valdevez, todos à mesma hora", rematou.

Fonte: Diário de Notícias, por Lusa, 01 Março 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Seca meteorológica agrava-se significativamente em fevereiro

De acordo com o Observatório de Secas do Instituto de Meteorologia e confirmando previsão anterior, a situação de seca meteorológica apresenta em 29 de fevereiro um agravamento face aos últimos apuramentos de 15 de fevereiro, com todo o território continental em situação de seca severa (68%) e extrema (32%), os dois níveis mais elevados de severidade.

Esta situação fica a dever-se à ausência de precipitação significativa em praticamente todo o território, durante a última quinzena de fevereiro. Este mês de 2012, com uma precipitação média de 2,2 mm passou a constituir o fevereiro mais seco desde 1931, ano em que se iniciaram os registos continuados de precipitação em Portugal continental.

Em termos de percentagem de água no solo, medindo a capacidade de água utilizável pelas plantas, verifica-se que a maior parte do país já apresenta valores inferiores a 50%, havendo mesmo locais na região sul onde é mesmo inferior a 40%.

Esta seca meteorológica é, no final de fevereiro, mais intensa que a última seca ocorrida no território nacional em 2005. Recorda-se que a 15 de fevereiro a situação de seca não era ainda tão gravosa como em 2005, o que veio a alterar-se com a ausência de precipitação significativa nesta segunda quinzena do mês, colocando no corrente ano a totalidade do território em seca severa ou extrema.

Em 2005, à data, apenas 3/4 do território se encontrava nestas duas classes mais gravosas de seca, situação que se ficou a dever à ocorrência de precipitação na segunda quinzena do mês naquele ano e à reposição de água no solo, contrariamente à situação atual.

Para o mês de março, em termos de cenários de evolução da seca e tendo em conta a previsão mensal do estado do tempo que aponta para um valor acumulado de precipitação inferior ao normal, o Instituto de Meteorologia admite como mais provável um não desagravamento na severidade da seca meteorológica.

O IM através do Observatório de Secas fará no final da primeira quinzena de março uma atualização desta informação.

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