segunda-feira, 19 de março de 2012

O Ano Hidrológico 2011/12 e os incêndios florestais de 2012. O “Inferno” pode repetir-se!?

 Post de: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vª Nª de Cerveira

Observando e analisando os dados meteorológicos, parece que a situação ao nível dos incêndios florestais é, sem dúvida alguma, potencialmente ameaçadora. Quando olhamos a situação meteorológica do Ano Hidrológico de 2004/05, recordamos os grandes incêndios florestais que afectaram o Alto Minho, tornando-se no pior ano de sempre no histórico da região. Se compararmos o actual ano hidrológico e relacionarmos com os dados de ocorrências e área ardida, os números ainda são mais assustadores, quer ao nível da agressividade da seca quer ao nível dos incêndios florestais:
  • Em 2005, no 1º Trimestre, ocorreram no Alto Minho 634 ocorrências que consumiram um total de 1938,86 hectares de espaço florestal.
  • Em 2012, até ao dia 19 de Março, ocorreram neste mesmo território, um total de 655 ocorrências que consumiram já cerca de 2300 hectares de espaço florestal.
O total de área ardida em 2005 apenas no território distrital foi de cerca de 27 100 hectares, registando 2 845 ocorrências.

O agravamento da seca neste mês de Março e as previsões pouco animadoras podem traduzir-se num aumento preocupante do risco de incêndios florestais, pela disponibilidade dos combustíveis, a reduzida humidade do solo, o aumento da carga de combustível fino morto e os reduzidos caudais dos pontos de água de combate a incêndios. Situações especiais vão obrigatoriamente requerer medidas especiais de prevenção. Para além das medidas que se prendem com a operacionalidade dos meios de combate, será fundamental a antecipação da abertura do sistema de vigilância fixa e móvel, um incremento da fiscalização e a antecipação da abertura do Período Crítico, caso se mantenham tão baixos os níveis de precipitação.

Num país que se debate com uma séria crise financeira, a “crise meteorológica” da qual dependem todos os sectores económicos, vem aprofundar ainda mais a situação de Portugal.

0 comentários:

Enviar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More