1. Enquadramento Geográfico do Concelho
O Concelho de Arcos de Valdevez situa-se no distrito de Viana do Castelo, na província do Alto Minho,
pertencendo à NUTS de nível III “Minho Lima”, representando aproximadamente 20% da área total do Alto Minho e 2% da área total da Região Norte. O concelho confine com os concelhos de Ponte da Barca, Ponte de Lima, Paredes de Coura, Monção e Melgaço. A figura 1 representa o enquadramento geográfico do concelho de Arcos de Valdevez. A área ocupada por este concelho é de 44.800 ha, repartida por um total de 51 freguesias. A Figura 1 representa a localização das freguesias do concelho de Arcos de Valdevez com as respectivas áreas. As freguesias que apresentam maior área são as de zona de montanha, nomeadamente a Gavieira, Soajo, Cabreiro Gondoriz e Sistelo.
2. Caracterização do Espaço Florestal
2.1. Ocupação Florestal
Os espaços florestais apresentam-se como os de maior relevância nos territórios do Alto Minho, representando cerca de 73% do território.
Como se pode verificar através da análise do mapa de ocupação do solo do ano 2000 (Gisfor@valimar, 2005), as áreas florestais são as mais representativas, ocupando cerca de 77% do território concelhio. A ocupação agrícola ocorre maioritariamente na zona central e ocidental do concelho. Na zona oriental a agricultura tem pouco significado e desenvolve-se em torno das zonas
urbanas. O espaço agrícola ocupa 9.022 ha, o equivalente a 20% do território e 76,81% do território de Arcos de Valdevez são espaços florestais, considerando-se que estes são compostos por áreas arborizadas, incultos, improdutivos e áreas ardidas. Das 51 freguesias que compõe o concelho, 33 apresentam área florestal superior a 50%.
2.2. Caracterização da propriedade florestal
O regime de propriedade fundiária florestal no concelho de Arcos de Valdevez engloba três diferentes tipos: propriedade publica, comunitária (baldios) e privada. A propriedade florestal pública (pertencente ao Estado ou Entidades públicas) não tem representatividade no concelho. No concelho, cerca de 63,4% da área florestal é privada.
Os baldios submetidos ao regime florestal agrupam-se nos designados Perímetros Florestais. Ao nível socio-económico ocorrem certos problemas estruturais que dificultam o correcto desenvolvimento e evolução do sector florestal, nomeadamente a reduzida propriedade florestal, o desinteresse dos proprietários sobre a gestão florestal, a falta de emparcelamento e associativismo rural e a generalizada falta de informação. Um dos grandes problemas desta região resulta dos factores anteriormente referidos. Para além de constituírem uma barreira à gestão e ordenamento florestal na sua globalidade, tais problemas estruturais dificultam grandemente a prevenção e o combate aos incêndios florestais. Pelo exposto, é essencial um trabalho de sensibilização apelando para o associativismo, para que, desta forma se torne mais fácil e eficaz a intervenção nestas áreas.
O abandono das práticas tradicionais de agricultura e pastorícia nas áreas florestais tem tido uma tendência crescente em Portugal. O abandono dos terrenos afectados promove, por efeito da sucessão natural dos ecossistemas, um aumento não controlado da vegetação espontânea que, tendencialmente, levará à regeneração da floresta. Esse aumento da área florestal é acompanhado por um exponencial aumento da biomassa que pode resultar, em dada fase, de uma estrutura vegetal acumuladora de combustíveis finos com elevado risco de incêndio.
Por outro lado, a abandono da intervenção nos terrenos agro-florestais permite o estabelecimento de grandes contínuos de vegetação homogénea, com o consequente aumento do risco de propagação das chamas, originando grandes incêndios florestais.
As áreas de baldio, pela sua dimensão são consideradas adequadas à gestão florestal, tendo a mais valia de que por serem áreas comunitárias, também as receitas delas retiradas serão para a comunidade, podendo desta forma, contribuir substancialmente para o desenvolvimento rural.
De acordo com os dados de ocupação florestal de 2004, na floresta do Concelho de Arcos de Valdevez há o predomínio de Pinheiro Bravo e do Carvalho, verificando-se, pontualmente a presença de outras folhosas e resinosas.
Estas áreas coexistem com as áreas de matos, predominantes nos pontos elevados, devido ao pastoreio e à constante desarborização provocada pelos sucessivos fogos florestais. É necessário dar destaque às espécies invasoras lenhosas cada vez mais presentes nas nossas florestas e, por isso, motivo de especial atenção.
3. Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZPE + ZEC) e Regime Florestal
3.1. Áreas Protegidas - Parque Nacional da Peneda Gerês
Aproximadamente 1/3 do território (14.030ha) fazem parte integrante do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
3.2. Regime Florestal
A Rede Natura 2000 constitui um instrumento comunitário de conservação da natureza, alicerçado nas directivas “aves” e “habitats”, conservação essa entendida como a preservação dos diferentes níveis e componentes naturais da biodiversidade, instituindo uma rede ecológica europeia de zonas de conservação que englobará as Zonas Especiais de Conservação – ZEC e as Zonas de Protecção Especial – ZPE (Dossier Restrições de utilidade pública, DRAEDM – PROF).
A Rede Natura 2000 é composta por áreas de importância comunitária para a conservação de determinados habitats e espécies, nas quais as actividades humanas deverão ser compatíveis com a preservação destes valores, visando uma gestão sustentável do ponto de vista ecológico, económico e social (Plano Sectorial da Rede Natura 2000,2005).
No Concelho de Arcos de Valdevez existem quatro zonas da Rede Natura 2000, uma ZPE e três Sítios de Importância Comunitária da Região Biogeográfica Atlântica.
No Concelho de Arcos de Valdevez a ZPE Serra do Gerês (PTZPE0002) ocupa uma área de 16.887,407 ha e o Sítio da Peneda e Gerês (PTCON0001) uma área de 19.536 ha. Os espaços florestais têm uma expressão muito representativa, ocupando os matos metade da área do Sítio e os povoamentos florestais são dominados por folhosas. No uso agrícola predomina a polipecuária extensiva de bovinos autóctones com amplo recurso a terrenos baldios.
O Sítio Rio Lima (PTCON0020) ocupa uma área de 1.291 ha do Concelho e caracteriza-se por uma estrutura onde há dominância de espaços agrícolas na envolvente do rio, mas com a presença em alternância de pequenas áreas florestais fragmentadas, que vão diminuindo para jusante.
O Sítio Corno do Bico (PTCON0040) representa 457 ha do Concelho de Arcos de Valdevez. Os espaços florestais têm uma representação significativa com uma composição diversificada de povoamentos.
3.2. Regime Florestal
No Concelho de Arcos de Valdevez existem quatro Perímetros Florestais nomeadamente, perímetro florestal da Anta, da Boalhosa, entre Vez e Coura e entre Soajo e Peneda. Nestes perímetros florestais o Regime Florestal designa-se parcial, ou seja, Regime Florestal aplicado em áreas não pertencentes ao domínio do Estado em que a existência da floresta é subordinada a determinados fins de utilidade pública. A gestão dos perímetros florestais referenciados é efectuada através do Núcleo Florestal do Alto Minho, da DGRF em colaboração com os respectivos Conselhos Directivos de Baldios.
4. Equipas de Sapadores Florestais
Equipas do Parque Nacional Peneda-Gerês/ICNB
SF 05-111 - Associação Florestal do Lima
SF 10-111 - ATLÂNTICA - Associação Florestal Vales Minho Coura Âncora Vez e Lima
SF 12-111 - Conselho Directivo do Baldio do Soajo
SF 13-111 - ATLÂNTICA - Associação Florestal Vales Minho Coura Âncora Vez e Lima
SF 15-111 - Conselho Directivo do Baldio da Gavieira
5. Técnico do Gabinete Técnico Florestal
Alexandra Maria Ralha Nogueira
E-mail: amnogueira@cmav.pt
ID Skype: xana.nogueira
Telem: 961622636
URL: http://www.cmav.pt/
1. Formação Académica
Licenciatura em Ciências do Ambiente, Ramo Qualidade do Ambiente
Curso de Especialização Tecnológica a Sistemas de Informação Geográfica (a ultimar)
Mestrado em Gestão Ambiental e Ordenamento do Território (a frequentar)
2. Formação Profissional
2009 – Curso de Primeiros Socorros, Município de Arcos de Valdevez
2007 - Curso Avançado em Gestão e Recuperação de Áreas Ardidas, Centro de Ecologia Aplicada “Professor Baeta Neves” – Instituto Superior de Agronomia
2005 - Introdução aos Sistemas de Informação Geográfica, IDARN
2005 - Planos de Defesa Contra Incêndio, Federação dos Produtores Florestais de Portugal – Conselho Nacional da Floresta
2005 - Cartografia Digital, IDARN
2000 - Course on “Recent Selected Results in Environmental Protection, Departamento de Química da Universidade de Évora, Institute of Mediterranean Agrarian Sciences (ICAM), Center for Mediterranean Ecosystems Studies (CEEM), Institute of International Scientific and Technologic Co-operation (ICCTI) e Academy of Sciences of the Czech Republic (ASCR)
3. Exerce funções na área florestal desde 2005.
4. Exerce funções no Gabinete Técnico Florestal desde Fevereiro de 2005.